Bloco de Esquerda demarca-se da visão da CDU sobre a eutanásia e a guerra na Ucrânia
Mariana Mortágua diverge dos comunistas na "avaliação da natureza dos regimes da Rússia, China e Angola".
O Bloco de Esquerda (BE) demarcou-se da visão da CDU sobre a morte medicamente assistida (eutanásia) e a guerra na Ucrânia. "Temos um percurso de convergência em questões laborais e na habitação. (...) Divergimos na questão da eutanásia e na avaliação da natureza dos regimes da Rússia, China e Angola", explicou a coordenadora do BE, durante um debate com o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, transmitido este sábado pela SIC.
O comunista não entrou em detalhes sobre a posição do partido em relação à eutanásia, mas não hesitou em apontar a União Europeia (UE) como "um interveniente direto na guerra" na Ucrânia. "A UE não é neutra", vincou. De acordo com Paulo Raimundo, o "apelo permanente ao ódio e à guerra" dificulta a tarefa das "forças da paz" nos conflitos na Ucrânia e em Gaza. Na perspetiva de Mariana Mortágua, "a UE perdeu uma voz própria" e os Estados-mebros "deviam organizar os sistemas de defesa em cooperação".
Em matéria de habitação, ambos os partidos acham insuficientes as propostas do PS. "Não atacam a raiz do problema", sustentou Mariana Mortágua. A CDU pede o "contributo dos lucros da banca".
Questionado sobre um eventual acordo pós-eleitoral com o PS, Paulo Raimundo frisou a importância de se "construir uma maioria na Assembleia da República que obrigue" os socialistas a dialogar com a CDU e os outros partidos de esquerda. "A forma do acordo não é determinante. O que interessa é o conteúdo", explicou.
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