CDS-PP lança desafios ao Governo
Pretende que partidos de esquerda esclareçam plano alternativo.
O deputado do CDS-PP João Almeida lançou esta terça-feira dois desafios ao Governo e aos partidos de esquerda para que esclareçam o plano alternativo de medidas orçamentais adicionais que Bruxelas exige que sejam implementadas.
"Não podemos concluir o processo de debate do orçamento na Assembleia da República não conhecendo tudo o que está em causa. Deixamos dois reptos: um ao Governo e outro aos partidos da esquerda, que já aprovaram na generalidade e aprovarão em votação final global o orçamento, para esclarecerem o que está em causa neste plano alternativo cuja letra já não atribuo porque já não sei em que letra vamos", disse João Almeida em declarações à Lusa.
O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, disse segunda-feira que as medidas orçamentais adicionais que o Governo português ficou de preparar terão mesmo que ser implementadas e indicou que abordará o assunto em Lisboa na quinta-feira.
"Eu posso explicar a diferença entre 'se' e 'quando', na declaração significa que essas medidas terão que ser implementadas e eu estarei em Lisboa na quinta-feira para discutir isso com o ministro das Finanças e com o primeiro-ministro", declarou Moscovici
Em declarações à Lusa, João Almeida frisou estar do lado do país e que "não fará nada para que em Portugal haja, por pressão de organizações internacionais, em consequências negativas ao nível daquilo que é a execução orçamental".
No entanto, alertou para o facto de o Governo liderado por António Costa ter de dizer "efetivamente o que está a negociar com Bruxelas: se são mais ou menos impostos, se são cortes em algumas áreas", ou seja "o que poderá vir a acontecer aos portugueses".
O deputado do CDS- PP lembrou ainda que os dois reptos estão a ser apresentados em pleno processo de orçamento, depois de na sexta-feira passada já terem questionado o ministro das Finanças sobre o assunto, lembrando que Mário Centeno reconheceu os riscos e também a existência de conversas com a Comissão Europeia.
João Almeida lembrou ainda que a incerteza "não gera apenas perplexidade política aos partidos representados no parlamento e aos cidadãos que neles votaram, mas que esta incerteza gera, do ponto de vista económico, problemas de falta de confiança dos agentes económicos sejam empresas, sejam famílias".
"Se as pessoas sabem que pode vir aí mais alguma coisa, mas não sabem o quê, naturalmente que estão menos confiantes e isso em si próprio é prejudicial à economia", reiterou.
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