César diz que "não escolhia Centeno para orador de um comício"

Líder parlamentar do PS elogia, no entanto, atuação de Centeno como ministro das Finanças.

15 de fevereiro de 2017 às 13:58
Carlos César Foto: António Cotrim/Lusa
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Carlos César, PS Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
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O líder parlamentar do PS, Carlos César, afirmou esta quarta-feira que interpretou o comunicado do Presidente da República sobre o ministro das Finanças como de "solidariedade institucional" em relação ao Governo e à "qualidade política" de Mário Centeno.

Questionado, no final da conferência de líderes parlamentares, se considera que o Governo e o ministro das Finanças geriram mal o processo que envolveu Centeno e o anterior presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, Carlos César respondeu: "Sabe, eu não escolheria o doutor Mário Centeno para orador de um comício, mas ele foi muito bem escolhido para ministro das Finanças".

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A frase de César foi citada pela deputada centrista Cecília Meireles na Comissão Parlamentar onde o ministro veio hoje depôr. Centeno respondeu: "O exercício de governação não é um comício e não é nos comícios que se decidem os melhores ministros das Finanças", afirmou em resposta à deputada do CDS Cecília Meireles

Sobre o comunicado de Marcelo Rebelo de Sousa, divulgado na segunda-feira, horas depois das explicações de Mário Centeno sobre a sua troca de comunicações com António Domingues, Carlos César disse tê-lo recebido "com grande satisfação".

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"A intervenção do senhor Presidente da República foi coordenada com o senhor primeiro-ministro e a mensagem que dirigiu é uma mensagem que interpreto como de solidariedade institucional para com o Governo e, em especial, com a qualidade política e a ação do ministro das Finanças", disse.

"Tinha a certeza que o Presidente da República pensaria aquilo que os portugueses pensam, que este ministro das Finanças é um ministro com grandes sucessos, felizmente para todos os portugueses", acrescentou.

Na nota divulgada na segunda-feira à noite no 'site' da Presidência da República, o chefe de Estado confirmou que tinha recebido, a pedido do primeiro-ministro, o ministro das Finanças, antes da conferência de imprensa que Mário Centeno deu ao final da tarde a propósito da polémica à volta da Caixa Geral de Depósitos.

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No último ponto da nota, em que são relatados alguns factos desse encontro, lê-se que, "ouvido o senhor primeiro-ministro, que lhe comunicou manter a sua confiança no senhor professor Doutor Mário Centeno", o Presidente da República "aceitou tal posição, atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira".

Também na segunda-feira, o primeiro-ministro confirmou a confiança em Mário Centeno no exercício das suas funções governativas, após um contacto com o Presidente da República.

"Tendo lido a comunicação do senhor ministro das Finanças e após contacto com Sua Excelência, o Presidente da República, entendo confirmar a minha confiança no professor Mário Centeno no exercício das suas funções governativas", referiu o primeiro-ministro, num comunicado enviado à comunicação social, pouco depois de terminar a conferência de imprensa do ministro das Finanças.

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No comunicado, António Costa sublinhava que, "esclarecida a lisura da atuação do Governo, nada justifica pôr em causa a estabilidade governativa e a continuidade da sua política, para o que o contributo do professor Mário Centeno continua a ser de grande valia".

Na conferência de imprensa, o ministro das Finanças tinha afirmado que o seu lugar "está à disposição" desde que assumiu funções e reiterou que o acordo com António Domingues para a liderança da CGD não envolvia a eliminação da entrega das declarações de rendimentos.

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