Chega afasta responsabilidades em eventual "instabilidade" política nos Açores

André Ventura recorda que "foi feito um acordo para garantir a estabilidade nos Açores e afastar os socialistas do poder na região".

21 de abril de 2021 às 13:58
André Ventura Foto: Pedro Sarmento Costa / Lusa
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O líder do Chega acusou esta quarta-feira a coligação de direita que governa os Açores de não estar a cumprir os "pressupostos" do acordo celebrado, afirmando que eventuais cenários de "instabilidade" não são da sua responsabilidade.

Numa mensagem em suporte vídeo, a propósito da apreciação, que decorre na Horta, no parlamento regional, do Plano e Orçamento de 2021 da coligação PSD/CDS-PP/PPM/Açores, André Ventura refere que o Chega, que assinou um acordo parlamentar com aqueles partidos, "está a acompanhar com grande perplexidade" os documentos.

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O dirigente recorda que "foi feito um acordo para garantir a estabilidade nos Açores e afastar os socialistas do poder na região" e "foram definidos pressupostos para este acordo, nomeadamente a luta contra a corrupção, o fim do compadrio, das influências e da rede familiar, da redução do RSI, da subsidiodependência, do aumento da igualdade laboral" e "nada disso tem sido conseguido".

Considerando que o partido está "muito preocupado com o Orçamento que foi apresentado", André Ventura declara que "qualquer cenário de instabilidade deve-se, não ao Chega, mas ao próprio Governo da Região Autónoma [dos Açores]".

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De acordo com o dirigente, "continua-se a ter um governo com um tamanho enorme quando deveriam haver menos secretarias regionais", sendo que a coligação "não cumpriu os acordos que tinha assumido para com a região, com o Chega e os seus eleitos".

Referindo-se às eleições autárquicas, André Ventura disse que, neste momento, "estão suspensas quaisquer conversas ou negociações com o PSD" porque "ou há um projeto global ou não há".

"O Chega nunca aceitará estar ao lado de estruturas que estão a fazer parecido, igual ou, eventualmente, pior do que governos que estiveram décadas a destruir a economia dos Açores", declara o líder daquela força política, que afirma que vai estar lado dos deputados regionais na sua decisão de voto.

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Durante esta semana está a decorrer na Assembleia Regional, no Faial, a discussão do Plano e Orçamento dos Açores para 2021, que serão votados na sexta-feira.

Estes são os primeiros Plano e Orçamento do Governo Regional liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.

O Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, é suportado no parlamento pelos partidos que integram o executivo e pela Iniciativa Liberal e pelo Chega.

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José Manuel Bolieiro tomou posse como presidente do Governo dos Açores em novembro de 2020, terminando com um ciclo de 24 anos de governação do PS na região: de 1996 a 2012 sob a liderança de Carlos César; de 2012 a 2020 com Vasco Cordeiro na chefia do executivo.

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