"Situação inadmissível": Chega questiona Governo sobre atraso na ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil

Partido revelou que vai pedir a convocação da Assembleia da República (AR), "com a maior brevidade possível", para ouvir a ministra da Administração Interna.

15 de agosto de 2025 às 17:52
Avião canadair Foto: Pedro Sarmento Costa/Lusa
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O Chega vai questionar o Governo sobre o atraso na ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil no combate aos incêndios florestais, por considerar tratar-se de uma situação "inadmissível", divulgou esta sexta-feira o partido.

"Face à gravidade da situação e à necessidade urgente de reforço dos meios de combate, o Chega considera inadmissível que Portugal tenha demorado a solicitar este apoio europeu, colocando em risco vidas humanas, habitações e vastas áreas do território nacional", segundo um comunicado.

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Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil com pedido de apoio de quatro aviões Canadair de combate aos incêndios, anunciou esta sexta-feira o comandante nacional da proteção civil, Mário Silvestre.

Num briefing na Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Carnaxide, para dar conta da evolução dos incêndios que assolam o país, Mário Silvestre disse que Portugal será o sétimo país a ativar o mecanismo europeu.

O grupo parlamentar do Chega vai pedir a convocação da Assembleia da República (AR), "com a maior brevidade possível", para ouvir a ministra da Administração Interna, se necessário, através da realização de um debate de urgência extraordinário, adiantou.

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O partido exige que Maria Lúcia Amaral compareça, "com caráter de urgência", na AR, para "esclarecer as razões concretas do atraso no pedido de ajuda à União Europeia, as medidas - ou a ausência delas -, adotadas para prevenir a escalada da situação, bem como a aparente ineficiência na coordenação e mobilização dos recursos nacionais".

O Chega dará esta sexta-feira conhecimento desta solicitação ao presidente da AR, José Pedro Aguiar-Branco.

Para o partido, a proteção das populações e a defesa do território "não podem ficar reféns da inércia governativa ou de falhas no planeamento".

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"Num país onde os incêndios constituem uma ameaça recorrente, a resposta tem de ser rápida, eficiente e devidamente articulada, quer a nível nacional, quer europeu", concluiu.

O comandante nacional da proteção civil explicou esta sexta-feira que as autoridades optaram inicialmente por recorrer aos acordos bilaterais de cooperação com Espanha e Marrocos, tendo este último país disponibilizado dois Canadair, que ficarão em Portugal até segunda-feira. Os meios espanhóis apoiaram nos combates aos fogos de Castelo de Vide e de Chaves, indicou.

Mário Silvestre justificou a ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil com o facto de as condições climatéricas não terem permitido, durante a noite, uma janela de oportunidade para debelar alguns incêndios, ao contrário do que as autoridades esperavam, dando o exemplo do fogo da Lousã.

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O comandante nacional recordou que a situação de prontidão (nível 4) se mantém até dia 18 e a situação de alerta no país até dia 17 e revelou que foram ativados os Planos Distritais de Emergência em Viseu e Coimbra, assim como todos os planos municipais nestas regiões.

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