Chega recorreu ao Constitucional de chumbo de listas em Montemor-o-Velho para as autárquicas
Questionado sobre os motivos que levaram o tribunal a rejeitar as listas, dirigente do Chega vincou que este "não é um caso de justiça, mas sim um caso de política".
O Chega recorreu para o Tribunal Constitucional (TC) do chumbo de cinco listas, incluído a camarária, apresentadas às eleições autárquicas de 12 de outubro em Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, disse fonte partidária.
"Neste momento já recorremos para o Tribunal Constitucional e estamos a aguardar uma resposta, que deverá vir em três dias", disse à agência Lusa Lucílio Cavaleiro, mandatário das listas do Chega em Montemor-o-Velho.
De acordo com a mesma fonte, que é também coordenador concelhio do partido naquele concelho do Baixo Mondego, o recurso ao TC foi enviado na quinta-feira e a decisão daquela instância superior deverá ser conhecida até à próxima terça-feira.
Lucílio Cavaleiro esclareceu que o tribunal de Montemor-o-Velho recusou as listas à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e a três assembleias de freguesia propostas pelo Chega, que, no total, concorre a 10 das 11 freguesias concelhias.
Questionado sobre os motivos que levaram o tribunal a rejeitar as listas, o dirigente do Chega vincou que este "não é um caso de justiça, mas sim um caso de política".
"Recebi um despacho para corrigir nomes que estavam incorretos. Fui no dia 03 de setembro ao tribunal, estive quase com um escritório de campanha lá dentro e apercebi-me de que existia uma grande trapalhada, não sabiam de alguns documentos que tínhamos entregue", enfatizou.
Lucílio Cavaleiro disse que o partido, na sequência de despachos do juiz, entregou "documentos em falta" em duas datas diferentes, mas que estes, alegadamente, terão sido juntos aos processos em apensos diferentes.
"No apenso da Câmara tínhamos 70% de juntas de freguesia (...) Não há documentos em falta, falta é o tribunal justificar onde é que eles estão", argumentou o mandatário.
Contactada pela Lusa, fonte do tribunal judicial de Montemor-o-Velho confirmou que a lista camarária do Chega, liderada pelo advogado Luís Figueira, foi rejeitada, não havendo ainda uma decisão final, face ao recurso do partido para o Tribunal Constitucional.
Nas últimas eleições em 2021, votaram 13.459 eleitores, num município que tem sido gerido por executivos ora socialistas, ora social-democratas: o PS vai cumprir, em 2025, 12 anos de poder autárquico consecutivo em Montemor-o-Velho, tendo sucedido a outros 12 anos do PSD.
Nas próximas eleições autárquicas, o PS aposta no atual vice-presidente da Câmara José Veríssimo, enquanto o PSD recandidata a técnica superior Maria João Sobreiro. Décio Matias, atual vereador eleito nas listas do PS, lidera a candidatura do movimento S.I.M - Somos Independentes por Montemor-o-Velho e a CDU candidata o professor Daniel Nunes.
Em 2021, o PS venceu as eleições para a Câmara Municipal com maioria absoluta (50,61%, 6.811 votos), logrando quatro mandatos, contra 32,48% (4.372 votos e três mandatos) da lista de coligação PSD/CDS-PP.
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