Chega vai questionar Governo sobre fuga de migrantes marroquinos
Migrantes abandonaram a Pousada de Juventude de São Pedro do Sul, onde tinham sido colocados à guarda da Segurança Social.
O presidente do Chega, André Ventura, anunciou esta quinta-feira que vai questionar o Governo sobre os 19 migrantes marroquinos que abandonaram a Pousada de Juventude de São Pedro do Sul, onde tinham sido colocados à guarda da Segurança Social.
"Ainda hoje vamos questionar o Governo por escrito sobre isto, sobre o que aconteceu, sobre a falta de controle que se verificou", anunciou o líder do Chega em Vila Real, onde acompanhou o candidato do partido à presidência da câmara, Alberto Moura, numa arruada.
Em causa está a notícia avançada pela SIC de que 19 dos 22 migrantes que estavam alojados na Pousada da Juventude de São Pedro do Sul - depois de terem estado retidos durante 60 dias em centros de acolhimento temporário - deixaram o local na quarta-feira à noite e encontram-se em parte incerta.
O Chega quer saber o que falhou, onde estavam instaladas estas pessoas, e defendeu que "o Governo tem que perceber quando é demais e tem que fazer alguma coisa para evitar que situações destas se repitam".
"Nós tínhamos razão quando dissemos que estas pessoas não podiam nem deviam sair da situação em que estavam, que era detidas", sustentou o líder, atribuindo a responsabilidade ao Governo.
"Nós avisámos que isto ia acontecer. O Governo não quis fazer nada sobre isto, não quis alterar a lei, não quis mandar este tipo de indivíduo diretamente embora, ainda lhes ficámos a pagar", criticou Ventura
E defendeu que quem entra no país de forma ilegal "tem que sentir que está ilegal, tem que ser expulso".
André Ventura considerou que estas pessoas podem sair do país se quiserem, uma vez que "não há fronteiras de controlo terrestre".
"Hoje demos uma imagem ao mundo e à Europa de um país sem nenhum controlo, de um país de bandalheira absoluta. É a pior imagem de todas que podemos dar.
Nesta iniciativa, o presidente do Chega quis referir-se também, pela terceira vez, à proposta de Orçamento do Estado para 2026, que foi hoje conhecida. André Ventura insistiu que o partido "não vai aceitar um orçamento que implique aumento de impostos sobre os combustíveis ou aumento do preço sobre os combustíveis", mas disse ainda não ter tido resposta do Governo.
Questionado se acredita que os avisos que fez serão ouvidos pelo Governo, uma vez que o secretário-geral do PS já abriu a porta à viabilização do orçamento para o próximo ano, Ventura disse esperar que o executivo "oiça aquilo que o bom senso diz, que oiça e perceba que tem de fazer mudanças neste país, que não pode ser um país de bandalheira".
No penúltimo dia da campanha para as eleições autárquicas de domingo, a volta nacional do Chega rumou a Vila Real, para uma arruada no centro da cidade, que contou com mais de uma centena de pessoas, vindas de todo o distrito.
O percurso foi curto, mas com muita confusão. Durante toda a arruada, André Ventura esteve rodeado de pessoas que o queriam cumprimentar e pedir-lhe fotografias e autógrafos, o que tem vindo a acontecer nesta campanha.
"Nós temos tido grandes receções pelo país inteiro, isso é uma evidência. Quem nos tem acompanhado tem visto isso, é uma enorme força popular", afirmou, aos jornalistas.
Uma dessas pessoas foi um imigrante marroquino, que pediu ao líder do Chega para tirar uma fotografia.
Antes de aceder ao pedido, André Ventura quis saber se o homem estava legal no país.
O imigrante respondeu que tem "um documento com visto" e trabalha num projeto de "plantar a terra" com a mulher, que é portuguesa, mas queixou-se de que não consegue marcação na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).
"Tens de te legalizar", respondeu o presidente do Chega e, após uma pausa, tirou a fotografia com o imigrante.
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