Coligação PSD e CDS-PP pede demissão imediata do presidente da Câmara de Paredes

Em causa estão "negócios imobiliários milionários" de Alexandre Almeida.

24 de setembro de 2025 às 14:44
Câmara Municipal de Paredes Foto: Movenotícias
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As concelhias do PSD e do CDS-PP de Paredes, distrito do Porto, pediram esta quarta-feira a demissão imediata do presidente do município e recandidato do PS nas eleições autárquicas "por negócios imobiliários milionários" de Alexandre Almeida.

Em comunicado conjunto, os partidos que concorrem em coligação às eleições de 12 de outubro explicam que o pedido de demissão imediata surge na sequência de uma notícia da revista Sábado, segundo a qual os negócios imobiliários de Alexandre Almeida estão sob suspeita, nomeadamente a compra de dois apartamentos (T3) por 206 mil euros, e a venda de um deles, no mesmo dia, por 222.500 euros.

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De acordo com a Sábado, o autarca socialista mantém-se, desde 2013, como sócio de uma empresa imobiliária, a Didalma, constituída com a sua ex-mulher, a qual passou de 123 euros de resultados líquidos em 2022 para cerca de 200 mil euros em 2024, registando 460 mil euros em vendas e prestações de serviços.

Em resposta à Sábado, o autarca disse que ambos os imóveis foram "comprados por contrato promessa de compra e venda (CPCV)" em 13 de janeiro de 2020, ainda "o edifício estava em construção". Nesta data, já Alexandre Almeida era presidente do município (foi eleito pela primeira vez em 2017) e o promotor imobiliário estava dependente de decisões camarárias.

O CPCV refere que o projeto de arquitetura do empreendimento ainda aguardava aprovação municipal, enquanto um relatório da própria autarquia - relativo à 2.ª revisão do Plano Diretor Municipal - indica que o processo camarário, identificado pelo número 179/19LI, teve alvará emitido a 11 de novembro de 2020.

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"Na Sábado, conta-se que num só dia Alexandre Almeida ganhou mais de 100 mil euros com a compra e venda do mesmo apartamento, o que ficou registado em notário. Pior, que o autarca comprou o apartamento em causa ao construtor ainda antes de a obra estar licenciada, o que dependia de si e do seu executivo, ganhando, depois, com a mais-valia milionária", apontam as comissões políticas concelhias do PSD e do CDS-PP de Paredes.

Os dois partidos lembram que, "ao longo dos últimos anos, têm vindo a fazer notar a opacidade [de] como o atual Plano Diretor Municipal (PDM) foi revisto e como isso favoreceu uns em detrimento de outros".

"Alexandre Almeida, já depois de ter tomado posse, atuou no ramo imobiliário, abriu empresas no setor da contabilidade e não só passou a transacionar imóveis em valores milionários, como obteve mais-valias escandalosas", acusa a coligação PSD/CDS-PP.

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Os dois partidos "acham intolerável que o presidente da Câmara de Paredes esteja a arrastar o nome do concelho para a lama".

"Envergonhando a população que em si confiou", lê-se no comunicado, que dá ainda conta da marcação de um conferência de imprensa "onde cruzará informação agora divulgada pela Sábado com deliberações e atas de reuniões camarárias que agora podem ajudar a explicar o comportamento de Alexandre Almeida".

A coligação insta ainda o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, "que ainda não foi a Paredes nessa qualidade, a retirar a confiança política ao seu autarca e a tomar uma posição clara sobre a matéria".

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A agência Lusa questionou hoje a Câmara de Paredes acerca das suspeitas que recaem sobre o presidente, mas ainda aguarda resposta.

A Lusa questionou também a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre se o Ministério Público está a investigar Alexandre Almeida, aguardando igualmente resposta.

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