Comissão Europeia tira tapete a Durão Barroso
Juncker já deu ordens para que o ex-líder da Comissão Europeia seja tratado como qualquer outro lobista.
Da próxima vez que for recebido no Parlamento Europeu, na Comissão Europeia e nas restantes instituições, Durão Barroso será tratado como qualquer outro lobista com ligações a Bruxelas. Na qualidade de ex-presidente da Comissão Europeia, Barroso teria direito a um ‘tratamento VIP’ pelos líderes e instituições europeias, mas será o primeiro ex-líder da instituição a ver retirados os chamados ‘privilégios de passadeira vermelha’, na sequência do cargo que ocupa na Goldman Sachs.
As ordens são do sucessor, Jean-Claude Juncker, e são uma resposta à provedora de Justiça Europeia, Emily O’Reilly, que pediu esclarecimentos sobre a posição da Comissão Europeia face à nomeação de Durão Barroso para administrador não-executivo de um dos maiores bancos de investimento do Mundo, o Goldman Sachs.
"É uma perda de prestígio, mas ele [Durão Barroso] já estava à espera. Está tranquilo", disse ao CM uma fonte de Bruxelas. Na prática, tudo tem a ver com a ‘cortesia protocolar’. José Manuel Durão Barroso não será mais recebido pelos serviços de protocolo quando visitar as instâncias europeias, nem o momento ficará registado na tradicional fotografia oficial. Assim como qualquer outro representante de empresa ou lobista, Durão Barroso terá de passar por todos os controlos de segurança para entrar nas instalações. Caso venha a encontrar-se com altos funcionários e comissários no desempenho das novas funções, todos os encontros e contactos terão de ficar no registo de transparência.
Durão Barroso terá ainda de dar explicações ao executivo europeu sobre a sua relação contratual com a Goldman Sachs Internacional, na qual assumirá funções de presidente não-executivo. Segundo apurou o CM, Junker já terá à disposição vários elementos para examinar o contrato do seu antecessor com o banco norte–americano de investimento. A ida de Durão Barroso para a Goldman Sachs não caiu bem nos corredores europeus.
Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que "é uma questão que não diz respeito ao Governo ". A nomeação de Barroso foi tornada pública 20 meses após a sua saída da presidência da Comissão Europeia.
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