Confusão em Bruxelas e pressão a Portugal
Comissão Europeia coloca País em "desequilíbrio excessivo".
O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, corrigiu ontem o discurso sobre a imposição de medidas de austeridade a Portugal, manifestando confiança no Governo. Isto no mesmo dia em que a Comissão Europeia emitiu uma avaliação que coloca o País "em situação de desequilíbrio excessivo". Portugal arrisca, no limite, ser alvo de sanções.
O vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro, Valdis Dombrovskis, advertiu ontem que são necessárias "reformas ambiciosas" e lembrou que o País não está livre de vir a sofrer sanções. O responsável falava sobre as conclusões do colégio de comissários que colocou também França, Itália, Croácia e Bulgária como alvo.
O Ministério das Finanças já reagiu: "O País tem desafios a enfrentar e vamos continuar a concentrar os nossos esforços para superá-los." Dito de outra forma, a equipa de Mário Centeno quis passar a mensagem de colaboração na véspera de uma reunião com o comissário dos Assuntos Económicos. Pierre Moscovici estará amanhã em Lisboa para conhecer os detalhes do plano de medidas de austeridade adicionais. O Governo não vê razões para o implementar, PCP e BE não gostaram da atitude de Bruxelas e Moscovici tentou aliviar a pressão, sublinhando a "confiança" na estratégia do Executivo. Mas não há sinais de que a pressão de Bruxelas abrande até abril, mês em que Portugal tem de entregar o Programa de Estabilidade e Crescimento.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt