Costa exige mais descida do IRS

O líder do PS, António Costa, marcou esta terça-feira ao dizer à Reuters que "o PS está em melhor posição para governar do que a direita", mas, após duas horas de reunião com os líderes do PSD e do CDS, aligeirou o discurso, sinalizando os pontos essenciais para chegar a um acordo: a revisão dos escalões do IRS para favorecer a classe média e a introdução de medidas de combate à precariedade laboral e de criação de emprego, além da já pedida descida do IVA na restauração.

Para Costa, as 23 propostas inscritas no "documento facilitador" pela coligação são "manifestamente insuficientes e não traduzem a necessidade de uma mudança de política". Repetindo que "há um novo quadro parlamentar", lembrou que "os portugueses esmagadoramente disseram que querem uma reorientação da política". E quando questionado sobre se quer ser primeiro-ministro, só disse: "Não está em causa o que António Costa vai fazer ou a posição do PS, o que está em causa é o interesse de Portugal." Pelo meio, insistiu que "não temos muito tempo" e que é preciso transmitir confiança aos investidores. Antes, à Reuters, tinha dito que "o PS não é o Syriza".

De cara fechada e visivelmente desiludido, Passos Coelho contou uma outra narrativa sobre o encontro: "Não avançámos rigorosamente nada." O líder do PSD vai aguardar uma contraproposta do PS, mas saiu da reunião "sem ter uma noção clara" das exigências socialistas. "É preciso saber o que o PS quer, e até hoje isso não foi claro." Preocupado com a aproximação de Costa à esquerda, Passos Coelho reiterou também que "foi a coligação que ganhou as eleições", admitindo formar Governo sem apoio parlamentar do PS. "É natural que a aspiração de quem ganha seja governar."Clique para aceder à rubrica com a opinião de Octávio Ribeiro, diretor do CM, sobre este tema: Resgatem-nos!!!

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