Deputados despedem-se com críticas a Montenegro

A preparação do Conselho Europeu foi esta quarta-feira o tema do último debate antes da dissolução da Assembleia da República (AR), mas depressa resvalou para a crise política.

“Quis o destino e muito em particular o primeiro-ministro que este fosse o último debate desta legislatura”, atirou esta quarta-feira o deputado João Paulo Rebelo (PS) contra o primeiro-ministro Luís Montenegro.

Pelo PCP, Paula Santos criticou as opções do chefe do Governo, referindo-se ao provável aumento dos gastos na Defesa: “Para salários, pensões e direitos, há todos os condicionamentos orçamentais, mas para os gastos militares não há restrições”, atacou.

Montenegro ripostou, questionando a líder parlamentar comunista sobre o porquê de “não enfatizar a diminuição do IRS, o acordo de concertação social, de valorização das carreiras da administração pública”, atirando “não conceber” que o PCP “esteja contra os acordos celebrados com os sindicatos”.

Nos Passos Perdidos, Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, afirmou que a “responsabilidade das eleições antecipadas é inteiramente” de Montenegro, além de criticar as políticas do Governo: “O País está muito pior. O primeiro-ministro perdeu a confiança do País e a confiança do Parlamento”, referiu.

Ficou assim fechada a legislatura, dissolvida a partir de hoje. O mote final foi dado por Rodrigo Saraiva, vice-presidente da AR: “É tempo do povo falar e veremos o que decide.”

SAIBA MAIS

SESSÃO SOLENE MANTÉM-SE

Apesar da dissolução do Parlamento, vai realizar-se a habitual sessão solene do 25 de Abril, nos mesmos moldes em que aconteceu no passado. A proposta do presidente da AR, Aguiar-Branco, foi aprovada por unanimidade.

TRÊS REUNIÕES

A comissão permanente vai reunir-se três vezes depois da dissolução do Parlamento. Será a 2, 16 e 30 de abril que os deputados estarão presentes para a sessão, que terá poderes limitados e menos parlamentares.