"É preciso de defender melhor a democracia dos seus inimigos", defende presidente do PS sobre 25 de Abril

Democracia alcançada com revolução dos cravos tolerou os seus "declarados ou dissimulados inimigos".

25 de abril de 2021 às 00:18
Carlos César Foto: Lusa
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O presidente do PS, Carlos César, considera que a democracia alcançada com o 25 de Abril tolerou os seus "declarados ou dissimulados inimigos", que exploram medos e se alimentam da mentira, e que se impõe defendê-la melhor.

Esta advertência é feita pelo ex-líder parlamentar do PS e antigo presidente do Governo Regional dos Açores numa mensagem vídeo publicada nas redes sociais desta força política sobre o 47º aniversário da revolução do 25 de Abril de 1974, na qual se refere às palavras de ordem do Movimento das Forças Armadas (MFA): Descolonizar, democratizar e desenvolver.

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"O exercício das liberdades políticas passou a ser um valor protegido, e deixou de ser um simples motivo para a prisão, ou para o impedimento de exercer funções profissionais, como antes acontecia", assinala Carlos César.

Neste contexto, o presidente do PS afirma depois que "a democracia, na sua tolerância e na sua generosidade, acolheu todos e, até de modo muito benévolo, muitos dos que se acomodavam, infantes, ou sorrateiros, no colo da ditadura, e que se apressaram, então, a pôr os pés no chão fértil da liberdade que os outros conquistaram".

"Ainda hoje, a democracia é indulgente com eles, e com os que lhes sucederam, mesmo com os seus declarados ou dissimulados inimigos: Aqueles que crescem, explorando os medos, estimulando as intolerâncias, corrompendo, ou mesmo alimentando-se pela mentira e pelo apoucamento dos políticos e das instituições democráticas", aponta.

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Depois, o presidente do PS deixa um desafio aos democratas: "Não esquecendo que o espírito do 25 de Abril é o de sermos respeitadores e respeitados por pensarmos e por agirmos todos de forma diferente, temos que defender melhor a nossa democracia do que o temos feito", declara.

Em relação aos objetivos de desenvolvimento inerentes à revolução de 25 de Abril, Carlos César advoga que essa "é uma tarefa que nunca estará completa" e defende que "o Portugal de penúria e de pés descalços, do tempo dos nossos pais e dos nossos avós, já não existe".

"Mas os jovens de hoje, tal como muitos com mais idade, não se satisfazem plenamente com isso, e com muita razão. Comparam as suas condições e as suas oportunidades, não com as que teriam se vivessem há 47 anos, ou mesmo há menos, mas sim com aquelas que outros jovens e adultos têm em outros países mais desenvolvidos, com os quais a comunicação e a interação já integram o dia a dia da maioria de todos nós", adverte.

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Na perspetiva do ex-líder parlamentar socialista, "as novas gerações, protagonistas na sociedade digital, confrontadas com a sobre-exploração e esgotamento dos recursos naturais, com as desigualdades e as dificuldades dos sistemas de saúde e segurança social, com a desregulação, a corrupção e o terrorismo que marcam a situação internacional, com alterações imensas nas funções profissionais e a precariedade no trabalho, as novas gerações, dizia, têm outras ansiedades e procuram outras soluções".

"São esses os desafios a que o PS dá prioridade, para realizarmos, nesta segunda década do século XXI, as ambições e o melhor espírito de Abril", acrescenta.

Carlos César presta também homenagem aos "capitães de Abril", cuja ação permitiu "remover os obstáculos que impediam que as portuguesas e os portugueses fossem cidadãos participantes e de pleno direito, no seu próprio país".

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"Foi o momento em que passámos a aprender a viver, uns e outros, e uns com os outros, usando a liberdade", salienta o presidente do PS.

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