Ex-autarca de Cantanhede diz que ser arguido no processo 'Punho Cerrado' é "um engano"
Manuel Augusto Santos é o gerente da empresa de segurança 365.
O ex-presidente da Junta de Freguesia de Sanguinheira e atual líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Cantanhede disse esta sexta-feira que é "um engano" o seu envolvimento no processo "Punho Cerrado".
O ex-autarca, Manuel Augusto Santos, que é o gerente da empresa de segurança 365, é um dos arguidos no processo "Punho Cerrado", tendo saído em liberdade com a medida de coação de Termo de Identidade e Residência (TIR) decretada pelo Tribunal de Leiria.
À saída do tribunal disse aos jornalistas que "tudo isto não passa de um engano" e que a empresa e a sua pessoa foram "confundidas com uma atividade criminosa com que não têm nada a ver".
"A 365 é uma empresa que preza ser de bem e gosta de estar no mercado como uma empresa de topo ao nível da segurança", acrescentou, referindo que estabeleceu "uma parceria" com a extinta empresa de segurança Lexsegur, antes de assumir a gerência da 365.
"Desconhecia completamente que havia esta atividade com a Lexsegur. Somos completamente alheios a isso e tivemos ocasião de dizer isso ao tribunal. Estou aqui porque sou o principal rosto da 365", disse ainda Manuel Augusto Santos, revelando que entre os detidos estavam elementos da 365 com funções de gestão, mas "saíram todos em liberdade".
Segundo o ex-autarca, a sua empresa não faz "segurança ilegal nem associação criminosa ou lavagem de nada", pelo que "vai continuar a exercer" atividade na segurança privada".
Por seu lado, o seu advogado Vítor Gaspar disse que o que está em causa neste processo "é um negócio entre a 365 e a empresa de Leiria Lexsegur, em 2014, cujo gerente e proprietário foi detido nesse ano, e a partir daí os estabelecimentos onde era exercida a segurança em Leiria foram transferidos para essa empresa de Coimbra denominada 365".
Segundo as suas declarações, "no parecer do Ministério Público, esta transferência não é lícita", pois "o senhor que ficou em prisão preventiva continuou a receber proveitos e comissões dos clientes e da célula que tinha em Leiria, que não terão sido declarados ao fisco".
Vítor Gaspar acrescentou que o MP entende que havia um "recebimento encapotado por parte dos antigos responsáveis da Lexsegur", que "continuam de forma encapotada a receber proveito da 365 numa completa fraude, uma vez que foi caducado o alvará da empresa e o exercício da segurança privada".
O Tribunal de Leiria decidiu hoje fixar a medida de coação de prisão preventiva para dois dos detidos no âmbito da operação 'Punho Cerrado', levada a efeito na terça-feira, nos distritos de Leiria, Lisboa, Coimbra e Santarém.
Os dois detidos que ficam em prisão preventiva estão indiciados pelos crimes de fraude fiscal qualificada, associação criminosa e exercício ilegal de segurança privada, disse aos jornalistas fonte do Tribunal de Leiria.
A três dos outros indiciados foi decretada a obrigatoriedade de duas apresentações por semana às autoridades policiais. Dois deles são suspeitos dos crimes de associação criminosa e exercício ilegal de segurança privada e um é indiciado de envolvimento em associação criminosa.
Aos restantes cinco detidos, igualmente já ouvidos pelo juiz de instrução, foi fixado Termo de Identidade e Residência.
Durante as diligências efetuadas na operação 'Punho Cerrado' foram detidas outras sete pessoas, seis por posse de munições e armas brancas e de fogo ilegais e uma por posse de produto estupefaciente.
Estes detidos foram libertados depois de prestarem Termo de Identidade e Residência.
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