Gouveia e Melo condena insultos racistas à deputada do PS Eva Cruzeiro
"Esse tipo de afirmações acho completamente deploráveis", frisou o candidato presidencial.
O candidato presidencial Gouveia e Melo classificou esta terça-feira como "deploráveis" os insultos de natureza racista de que terá sido alvo a deputada socialista Eva Cruzeiro e que motivaram a abertura de um inquérito no parlamento.
Na sexta-feira, a socialista Eva Cruzeiro apresentou queixa formal ao presidente da Assembleia da República contra o deputado do Chega Filipe Melo, na sequência de um incidente ocorrido em 29 de outubro passado, durante uma audição com o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, quando se debatia a questão da imigração.
"Gritou-me, vai para a tua terra", contou a deputada do PS na carta que enviou a José Pedro Aguiar-Branco.
Confrontado com este caso ocorrido na Assembleia da República, o ex-chefe de Estado-Maior da Armada afirmou: "Esse tipo de afirmações acho completamente deploráveis".
"Somos um país que foi para muitas terras. Desde 1500 que globalizámos o mundo e, portanto, isso não tem nada a ver com a nossa cultura. A verdadeira cultura portuguesa não é essa", frisou.
Perante os jornalistas, o candidato presidencial foi ainda confrontado com um outro caso, este relacionado com um vídeo que terá sido enviado pelo vice-presidente do Chega Pedro Frazão para o movimento Reconquista.
Henrique Gouveia e Melo referiu então "que há leis contra a discriminação, e as autoridades têm de agir de acordo com a lei".
"Sobretudo quando essa discriminação é óbvia e é propagada nos meios de comunicação social através de ideias que contrariam a nossa democracia, o nosso espírito democrático e até às nossas leis", rematou.
No final da visita ao serviço de neonatologia do Hospital de São Francisco Xavier, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada foi também questionado sobre o facto de os seus adversários na corrida a Belém o estarem a acusar de imaturidade e de dizer disparates.
"Não respondo porque isso é a política da pequena intriga. Eu não me meto nessa política. Eu meto-me na política dos grandes problemas, que afetam os portugueses todos", alegou.
Neste contexto, Gouveia e Melo procurou também salientar a sua condição de candidato presidencial "independente".
"O que desejo é independência no Palácio de Belém, com moderação e capacidade para ajudar o país a evoluir. Este país precisa de evoluir e transformar-se verdadeiramente", acrescentou.
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