Gouveia e Melo destaca papel de Pinto Balsemão na defesa da liberdade de imprensa
Antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, fundador e militante número um do PSD, do qual também foi presidente, morreu na terça-feira, aos 88 anos.
O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo destacou esta quarta-feira o papel de Francisco Pinto Balsemão na defesa da liberdade de imprensa, sublinhando que "não há nenhuma democracia no mundo sem uma imprensa verdadeiramente livre".
Em declarações aos jornalistas em Braga, durante uma visita à Feira do Emprego Start Point Summit, promovida pela Associação Académica da Universidade do Minho, Gouveia e Melo anunciou que, por causa da morte de Pinto Balsemão, a sua candidatura irá ajustar e reduzir as atividades no terreno entre hoje e quinta-feira.
"Vamos deixar de promover e divulgar as nossas ações durante estes dois dias", referiu.
Depois de vincar a "influência extraordinária" de Pinto Balsemão na imprensa escrita, na televisão, na sociedade e na política, Gouveia e Melo destacou que um Presidente da República tem "uma responsabilidade básica" de defender a democracia, as instituições democráticas e o regular funcionamento dessas instituições, entre as quais a imprensa.
"Não há nenhuma democracia no mundo sem uma imprensa verdadeiramente livre. E o Presidente da República deve ter isso como preocupação, deve ter isso na sua mente e na sua magistratura de influência e noutro qualquer poder que possa utilizar, deve pugnar e tentar que esse pilar da democracia que é uma imprensa livre faça o seu papel com toda a liberdade e com toda a isenção", apontou.
Para o candidato presidencial, uma democracia sem a liberdade de imprensa "não existe, não tem viabilidade".
"Nós devemos preservar a liberdade de imprensa, o doutor Pinto Balsemão foi sempre um defensor dessa liberdade e devemos preservar também isso em termos da nossa memória coletiva", acrescentou.
O antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, fundador e militante número um do PSD, do qual também foi presidente, morreu na terça-feira, aos 88 anos.
Balsemão foi fundador, em 1973, do semanário o Expresso, ainda durante a ditadura, da SIC, primeira televisão privada em Portugal, em 1992, e do grupo de comunicação social Impresa.
Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata (PSD).
Chefiou dois governos depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi até à sua morte membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.
"É um bom português que parte, os meus pêsames à família, aos amigos, ao PSD, porque foi fundador do PSD também e teve uma influência extraordinária, quer na imprensa escrita, depois na televisão, na própria sociedade e como político (...). Hoje, na morte dele, tenho de dizer que o estimava enquanto pessoa, enquanto político, enquanto português e essencialmente enquanto uma pessoa que desenvolveu muito uma imprensa livre, uma imprensa de qualidade e depois também a televisão", reagiu Gouveia e Melo.
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