Governo acusa PS de se coligar com Chega e querer governar a partir da oposição

Gonçalo Matias sugeriu que a atual liderança do PS segue a mesma estratégia do anterior secretário-geral, Pedro Nuno Santos.

27 de novembro de 2025 às 15:52
Ministro Gonçalo Matias Foto: MANUEL DE ALMEIDA
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O Governo acusou, esta quinta-feira, o PS de se coligar com o Chega para aprovar medidas com impacto orçamental e de querer governar a partir da oposição.

"O Partido Socialista continua a achar que pode governar a partir do lugar da oposição, com a agravante de agora já nem ser o maior partido da oposição", criticou o ministro Adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, no seu discurso de encerramento do debate final de discussão e votação final global do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

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Gonçalo Matias referia-se à aprovação de alterações ao OE2026 que a bancada socialista conseguiu ver aprovadas na especialidade, graças à votação do Chega.

O governante citou duas iniciativas concretas -- o fim da isenção das taxas de portagens nalguns troços de autoestradas e o congelamento das propinas no próximo ano letivo --, medidas que disse serem "socialmente injustas".

Criticando diretamente José Luís Carneiro, sugeriu que a atual liderança do PS segue a mesma estratégia do anterior secretário-geral, Pedro Nuno Santos, na estratégia política contra o executivo do PSD e CDS-PP.

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"O PS continua a insistir no erro da anterior liderança, e de braço dado com o Chega, a querer condicionar a ação governativa, muitas vezes em matérias da competência do Governo", disse.

"E ainda diz o senhor deputado José Luís Carneiro que o Governo goza do apoio ou do suporte do Chega, quando o Chega vota contra este orçamento e quando não tem pejo em aliar-se ao Chega para aprovar medidas contra o Governo", insistiu, para a seguir afirmar que "é preciso ter topete".

O governante terminou o discurso dizendo que o executivo está "aberto ao diálogo e à negociação com todos", depois de, durante a intervenção, se ter referido ao pacote da reforma laboral como um instrumento para "garantir o crescimento económico" do país e rejeitando que seja um "exercício ideológico" ou uma "cedência a pressões".

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A proposta de lei foi aprovada em votação final global com votos a favor dos dois partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS-PP, e com a abstenção do PS.

Os restantes partidos (Chega, IL, Livre, PCP, BE, PAN e JPP) votaram contra.

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