José Luís Carneiro considera reprivatização da TAP "opção adequada", mas quer 3 mil milhões devolvidos aos contribuintes

"A TAP tem de crescer e, para crescer, precisa de se abrir aos investidores internacionais", disse o líder do PS.

10 de julho de 2025 às 14:25
José Luís Carneiro Foto: MIGUEL A. LOPES/Lusa
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O líder do PS considerou esta quinta-feira adequada a decisão do Governo sobre a reprivatização da TAP, mas exigiu o reembolso aos contribuintes dos três mil milhões de euros investidos na companhia durante a pandemia.

"A TAP tem de crescer e, para crescer, precisa de se abrir aos investidores internacionais. Essa é a razão porque entendemos que a opção é uma opção adequada. Entendemos também que Portugal deve manter a maioria da estrutura acionista, a maioria dos seus capitais, para assegurar quatro objetivos primordiais", disse José Luís Carneiro numa declaração na sede do PS, em Lisboa.

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O líder socialista deixou, no entanto, duas exigências sobre este dossiê, a primeira das quais que as condições da privatização estabelecidas pelo Governo não sejam alteradas por "nenhum acordo parassocial" no decorrer do processo.

A "segunda exigência" é que os três mil milhões de euros investidos pelo Estado na companhia durante a pandemia "devem, no médio e no longo prazo, ser objeto de reembolso aos contribuintes portugueses", disse.

O líder do PS criticou, no entanto, a declaração do primeiro-ministro, Luís Montenegro, quando este afirmou que o Governo não quer continuar "a deitar dinheiro para um poço que não tem fundo".

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"Acho uma afirmação errada", disse, alegando que a declaração de Montenegro, numa altura em que se vai abrir os capitais da TAP a investidores privados, "pode contribuir para a sua depreciação e não para a sua apreciação enquanto um ativo estratégico do Estado português".

O Governo aprovou esta quinta-feira o decreto-lei que inicia o processo de reprivatização da TAP e no qual pretende alienar, numa primeira fase, 49,9% do capital da companhia aérea, anunciou o primeiro-ministro.

Luís Montenegro fez uma declaração aos jornalistas na residência oficial em São Bento, a meio da reunião do Conselho de Ministros, sem direito a perguntas.

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O primeiro-ministro remeteu mais detalhes sobre este decreto-lei, que terá "oportunamente desenvolvimento com a apresentação do caderno de encargos", para uma conferência de imprensa dos ministros das Finanças e das Infraestruturas, esta quinta-feira às 17h00, mas deixou claro qual o objetivo político.

"Já gastámos muito dinheiro que não se repercutiu depois na vida das portuguesas e dos portugueses. Nós não queremos continuar a deitar dinheiro para um poço que não tem fundo, queremos que a companhia seja rentável, seja bem gerida, seja enquadrada num contexto de ser competitiva, ser financeiramente sustentável e de estar ao serviço do interesse estratégico do país", disse.

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