José Luís Carneiro rejeita comentar manifestação e só fala de autárquicas
Presidente da Iniciativa Liberal (IL) desafiou o líder do PS a demarcar-se do que classificou como "atos de vandalismo" pró-Palestina.
O líder do PS escusou-se este domingo a comentar a manifestação pela libertação dos portugueses detidos em Israel argumentando que "a atualidade política" são as autárquicas, e declarou que não leu a mensagem de Ferro Rodrigues.
À chegada para um arraial da campanha autárquica de Matosinhos, no Porto, José Luís Carneiro foi questionado pelos jornalistas sobre a manifestação da véspera em Lisboa e sobre o desafio que lhe foi feito pela presidente da IL de se demarcar daquilo que classificou como "atos de vandalismo" pró-Palestina.
"Julgo que está enganado porque a atualidade política é esta que nós estamos aqui a comemorar, a atualidade política são as eleições autárquicas. A atualidade política tem um momento crucial que é dentro de oito dias", respondeu.
Nas eleições de domingo, disse, os portugueses "estarão a escolher aquelas e aqueles que querem que sejam os seus legítimos representantes para concretizar Abril, para concretizar a República e para concretizar um projeto e uma ambição de desenvolvimento".
Questionado sobre a posição do antigo presidente do parlamento Eduardo Ferro Rodrigues, que considerou no sábado "incompreensível" o silêncio do atual presidente da Assembleia da República sobre os ativistas portugueses detidos em Israel, Carneiro respondeu apenas que não teve a "oportunidade de ler essa mensagem".
A presidente da Iniciativa Liberal (IL) desafiou o líder do PS a demarcar-se do que classificou como "atos de vandalismo" pró-Palestina, promovidas por "radicais de esquerda", que resultaram em ferimentos num jovem em Lisboa.
No sábado, uma parte dos manifestantes pela libertação dos quatro cidadãos portugueses que participaram na flotilha humanitária Global Sumud deslocou-se para o interior da estação da CP do Rossio e um deles foi eletrocutado ao tentar subir para a parte superior de um comboio.
O socialista Eduardo Ferro Rodrigues considerou hoje "incompreensível" o silêncio do atual presidente do parlamento sobre os ativistas portugueses detidos em Israel e "irresponsável" a acusação do ministro da Defesa de que estes são apoiantes de terroristas.
"É incompreensível o silêncio do atual Presidente da Assembleia da República (PAR) perante a situação em que estão os cidadãos nacionais, nomeadamente uma deputada eleita pelos portugueses", referiu Ferro Rodrigues numa declaração enviada à agência Lusa.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt