Kremlin desafia Trump após sanções impostas a petrolíferas russas

Presidente russo, Vladimir Putin, classificou na quinta-feira as sanções como um "ato hostil", mas negou que tenham um impacto "significativo"na economia nacional.

24 de outubro de 2025 às 12:16
Donald Trump Foto: Presidential Office of Ukraine/AP
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O Kremlin desafiou esta sexta-feira o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs sanções às duas maiores empresas petrolíferas da Rússia, friseando que em seis meses se verá se tiveram qualquer efeito.

"Veremos, se Deus quiser, o que acontecerá em seis meses. Já estamos a ver o que está a acontecer agora. Estamos a ver o que aconteceu há um ano, dois anos atrás", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, na conferência de imprensa diárias por telefone.

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"Neste momento, estamos a analisar as sanções. [...] Obviamente, faremos o que for melhor para os nossos interesses. Essa é a chave das nossas ações. Não agimos contra ninguém, mas a favor de nós mesmos. É isso que faremos», afirmou.

O presidente russo, Vladimir Putin, classificou na quinta-feira as sanções como um "ato hostil", mas negou que tenham um impacto "significativo"na economia nacional.

"Estou encantado que você veja dessa forma. Veremos daqui a seis meses. Veremos então como tudo estará", respondeu Trump.

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Putin, que alertou que as sanções não contribuem para melhorar as relações russo-norte-americanas, também afirmou que o objetivo dos Estados Unidos é "exercer pressão" sobre o Kremlin e previu um aumento dos preços do petróleo no mercado internacional.

"Nenhum país ou povo que se respeita a si mesmo toma decisões sob pressão. Sem dúvida, a Rússia tem esse privilégio", afirmou, acrescentando que "o diálogo é sempre melhor do que qualquer tipo de confronto ou discussão, ainda mais do que uma guerra".

Ao anunciar na quarta-feira as sanções contra as petrolíferas russas Rosneft e Lukoil, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos declarou que são uma resposta à "falta de compromisso sério por parte da Rússia com um processo de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia".

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Na quinta-feira, a União Europeia (UE) também anunciou o 19.º pacote de sanções contra a Rússia, que inclui restrições contra a 'frota fantasma' russa e antecipa em um ano a proibição da importação de gás natural liquefeito russo.

Além disso, sancionaram também empresas chinesas e indianas, entre outros países, que ajudam Moscovo a contornar as sanções internacionais.

No mesmo dia, a Rússia criticou as novas sanções dos Estados Unidos e disse estar imune às decisões económicas de Washington.

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"Consideramos esta medida como sendo exclusivamente contraproducente", declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, durante a conferência de imprensa semanal em Moscovo.

"O nosso país desenvolveu uma imunidade sólida contra as restrições ocidentais e continuará a desenvolver com confiança o seu potencial económico, incluindo no domínio energético", assegurou.

As sanções foram aprovadas um dia depois de Washington ter anunciado que não estava previsto para breve um segundo encontro entre Trump e Putin, depois do falhanço da cimeira do Alasca em agosto.

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Trump tinha admitido o novo encontro, mas acabou por considerar que seria uma perda de tempo depois ter falado ao telefone com Putin pouco antes de receber o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em 17 de outubro.

Na sequência do anúncio das sanções norte-americanas, o crude de referência dos Estados Unidos subiu 2,70 dólares (2,32 euros, ao câmbio atual), para 61,21 dólares (52,78 euros) por barril.

O Brent, o padrão internacional, aumentou 2,85 dólares (2,45 euros), para 65,44 dólares (56,43 euros) por barril.

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As sanções ocidentais visam dificultar o financiamento do esforço de guerra da Rússia na Ucrânia, que invadiu em fevereiro de 2022, e tentar forçar Putin a negociar o fim do conflito.

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