Marcelo contra a abstenção nas eleições

O Presidente da República fez este sábado um derradeiro apelo contra a abstenção nas eleições autárquicas de hoje, sustentado que não votar "pode representar uma omissão incompreensível ou um descuido imperdoável".

Numa intervenção de três minutos, Marcelo Rebelo de Sousa recusou qualquer leitura nacional dos resultados desta noite, porque não está em causa a escolha de um Governo ou líder partidário. Isto numa altura em que, no PSD, há quem prepare uma alternativa a Passos Coelho.

Assim, o Chefe de Estado alertou que "haverá sempre quem aponte o entrecruzar de temas nacionais e locais. As personalizações excessivas, o cansaço de alguns relativamente a alguma política e alguns políticos". Mas, para o Presidente, "é um erro generalizar juízos num período eleitoral que, genericamente, decorreu com sentido cívico, como é um erro esquecer que o Poder Local é um dos fusíveis de segurança da nossa Democracia", insistiu.

Para Marcelo "não se trata de escolher um Presidente da República, um Parlamento nacional, um Parlamento europeu, um Governo ou um líder partidário". Mais, o Chefe de Estado recorda a crise recente ou as "tragédias comunitárias"– numa alusão indireta à tragédia de Pedrógão Grande – para argumentar que é importante votar.

"Sabemos todos que não votar em eleições locais pode representar uma omissão incompreensível ou um descuido imperdoável. E, o que é pior, efeitos largamente incorrigíveis", atirou. "Confio no vosso amor à terra, seja ela natal ou adotiva, que o mesmo é dizer, confio no vosso amor a Portugal", terminou o Chefe de Estado.