Marcelo evita abordar a conjuntura política
Em ano de autárquicas, o Chefe de Estado evita mandar recados na sessão solene.
O Presidente da República vai evitar enviar recados aos partidos durante a sessão solene que hoje assinala os 43 anos do 25 de Abril. Marcelo Rebelo de Sousa prefere um discurso que destaque os princípios que a data evoca e não mensagens subliminares ao Governo ou à oposição.
"Tenho um princípio básico: em datas como o 25 de Abril ou o 10 de Junho, os discursos devem ser correspondentes ao significado nacional das datas e não discursos para mensagens acerca da conjuntura política. É a minha maneira de ver", disse ontem o Chefe de Estado, em Lisboa, no final da apresentação de um livro sobre o Papa. "No passado houve quem entendesse de outra maneira", afirmou Marcelo num remoque ao antecessor, Cavaco Silva, que guardava estas datas para fazer referências à vida política e aos dados económicos.
"Foi assim que eu falei no 25 de Abril do ano passado, no 10 de Junho do ano passado. É assim que eu falarei no 25 de Abril, portanto, amanhã [hoje]."
Há um ano, no primeiro discurso como Presidente da República, Marcelo pediu unidade e avisou que "Portugal não pode nem deve continuar a viver sistematicamente em campanha eleitoral". Em ano de autárquicas, o Chefe de Estado prefere refrear o discurso. Na cerimónia no Parlamento, no 25 de Abril do ano passado, Marcelo não usou o cravo vermelho ao peito, preferindo levá-lo na mão. Mas trocou a tradicional gravata azul clara, cor que usa praticamente todos os dias, por uma gravata vermelha.
Na segunda-feira, em Grândola, o primeiro-ministro aproveitou um jantar comemorativo do 25 de Abril para admitir que "é preciso começar a repor os escalões que foram eliminados no IRS de forma a tratar com maior justiça quem ganha menos e a ter uma contribuição mais justa de quem ganha mais", lembrando que "não há melhor forma de defender abril" do que "governar para o povo".
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