Marcelo contra governo de gestão

Marcelo Rebelo de Sousa criticou no sábado o Presidente da República por excluir PCP e BE de uma solução estável para o País e recordou que Portugal não pode recuperar a bipolarização entre portugueses bons e maus, com excluídos no acesso ao poder. O candidato presidencial mostrou-se ainda contra um governo de gestão. "Não é bom para um País que sai de uma situação de crise viver sem Orçamento durante cinco ou seis meses."

Naquela que foi a primeira iniciativa em Lisboa do candidato a Belém, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "cabemos todos na democracia. O debate é legítimo, mas tem de ser um debate feito com serenidade e sem exclusões, não confundindo adversários e inimigos", lembrou. Uma posição crítica perante o discurso de Cavaco Silva que afirmou ser "inconsistente" uma coligação à esquerda das "forças partidárias antieuropeístas". Perante esta exclusão, vem agora Marcelo apelar à inclusão. Recordando o PREC, salientou: "Não queremos voltar a ter esse tipo de divisão entre os portugueses".

O candidato presidencial deixou ainda uma última crítica a Cavaco: "No que depender de mim, tudo farei para tentar não onerar o meu sucessor com problemas evitáveis". Marcelo promete trabalhar desde o primeiro dia, se for eleito, para garantir condições de "governabilidade".

Ao que o CM apurou, o acordo entre PS, PCP e BE está praticamente fechado e será apresentado antes da moção de rejeição do Governo. Dentro da coligação são poucos os que acreditam que Passos Coelho queira ficar num governo de gestão.