Mariana Mortágua acusa Governo de "desrespeito pelo dia da liberdade"

"Pode haver um Governo de direita que não respeita o 25 de Abril, mas essa não é certamente a vontade da maioria do povo português", destacou.

24 de abril de 2025 às 13:49
Mariana Mortágua Foto: Filipe Amorim/Lusa
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A coordenadora do Bloco de Esquerda criticou esta quinta-feira o Governo pelo adiamento das celebrações festivas do 25 de Abril, considerando a decisão um "desrespeito pelo dia da liberdade".

"Não podemos aceitar que um Governo decida que o 25 de Abril é uma data descartável que se pode celebrar noutra data qualquer", disse Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas no Largo do Carmo, em Lisboa.

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"Não vamos esperar uma semana para celebrar a democracia, para celebrar o voto livre, o voto universal, a primeira vez que as mulheres puderam votar", salientou ainda Mariana Mortágua.

A coordenadora do BE reiterou que "ponderar que o 25 de Abril pode ser celebrado noutra data é um desrespeito profundo" e lembrou que "Portugal teve uma das mais longas ditaduras da Europa".

"Pode haver um Governo de direita que não respeita o 25 de Abril, mas essa não é certamente a vontade da maioria do povo português", acrescentou.

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A reação de Mariana Mortágua surge após o Governo ter anunciado que a tradicional abertura dos jardins da residência oficial do primeiro-ministro no 25 de Abril seria este ano adiada para o 1.º de maio, devido ao luto nacional e "por respeito à morte do Papa Francisco".

O gabinete do primeiro-ministro esclareceu, posteriormente, que os jardins de São Bento estarão abertos para visitas ao público durante o dia 25 de Abril entre as 10:00 e as 17:00, com distribuição de cravos, mas sem festa e sem a presença de Luís Montenegro, que viajará nesse dia para Roma para participar nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco.

Na quinta-feira, o Governo aprovou em Conselho de Ministros o decreto que declara três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco, a cumprir entre esta quinta-feira e sábado.

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Sobre o luto nacional decretado pelo Governo, Mariana Mortágua disse entender que a "memória e o legado de um homem bom" deve ser respeitada em "liberdade e paz". "Essa foi a mensagem que crentes e não crentes receberam do Papa Francisco", salientou.

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