Mário Lino e Edite Estrela visitam Sócrates

Mário Lino, o ex-ministro das Obras Públicas, Edite Estrela, antiga presidente da Câmara Municipal de Sintra, e Carlos Martins, vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, visitaram esta terça-feira, por volta das 15h30, o ex-primeiro-ministro José Sócrates, no Estabelecimento Prisional de Évora.

A antiga autarca socialista afirmou que acredita "na inocência do senhor engenheiro José Sócrates" e reforça que as provas contra o ex-primeiro-ministro "deveriam ser divulgadas". "Vim visitar um amigo de quem gosto muito e cuja detenção considero injustificada", referiu Edite Estrela. "Esta é a minha opinião: não tenho acesso ao processo nem o conheço, mas gostaria de saber quais são as provas que existem", acrescentou a socialista.

O ex-ministro das Obras Públicas mostrou-se preocupado com a prisão preventiva do ex-governante, recusando associar o caso a um processo político, mas acrescentando que gostava "que a justiça fosse mais transparente". "Tenho visto o processo com muita preocupação, porque constato que uma pessoa pode ser presa preventivamente sem saber porquê", referiu Mário Lino.

Quando confrontado, por uma jornalista da CMTV, com o facto de o tratamento dado pela justiça a José Sócrates "decorrer do Código de Processo Penal (CPP) - que existe para todos os arguidos -", Mário Lino respondeu: "Eu não sou jurista nem estou a discutir o CPP; estou a dizer que não faz sentido que, no século XXI, em democracia, uma pessoa possa ser presa sem saber porquê". "Acho que prender uma pessoa é uma coisa muito grave, [pelo que] só se deve prender quando há provas...e elas ainda não foram apresentadas", concluiu o ex-ministro das Obras Públicas.

Para além de Edite Estrela e de Mário Lino, que ofereceram livros ao antigo dirigente socialista, também Carlos Martins - autarca da Covilhã e uma pessoa bastante próxima de José Sócrates - visitou o ex-primeiro ministro mas não quis prestar qualquer declaração à comunicação social à porta do Estabelecimento Prisional de Évora.