Marisa Matias preocupada com falta de informação sobre paradeiro dos detidos
Marisa Matias, que está a substituir a coordenadora nacional e deputada única do partido na campanha para as autárquicas até Mariana Mortágua regressar da viagem da flotilha.
A dirigente do Bloco de Esquerda (BE) Marisa Matias manifestou esta quinta-feira a sua preocupação com a falta de informação sobre o paradeiro dos portugueses e dos tripulantes que foram detidos quando seguiam na flotilha que se dirigia para Gaza.
"Esta detenção é ilegal. Neste momento, a minha principal preocupação é com estas pessoas [tripulantes] e saber as condições em que estão [detidos]. É importante que o governo português, se tiver essa informação, a possa ir partilhando. De qualquer forma nós também estamos a contactar com as instituições nacionais para poder agilizar o processo e saber o mais rapidamente possível onde estão", afirmou a dirigente do BE aos jornalistas.
Marisa Matias, que está a substituir a coordenadora nacional e deputada única do partido na campanha para as autárquicas até Mariana Mortágua regressar da viagem da flotilha internacional que se dirige a Gaza com ajuda humanitária, deslocou-se a Castelo Branco para participar numa ação de campanha da coligação Esquerda Livre, que junta o BE e o Livre e um conjunto de cidadãos independentes.
"É uma ação humanitária, de paz. Não havia nenhuma razão para esta detenção, a não ser uma ação ilegal, por parte das autoridades israelitas. Por isso é muito importante o que se esta a passar no país. As pessoas querem saber o que se passa. Vai haver concentrações durante a tarde. As pessoas estão preocupadas no nosso país", sublinhou.
A dirigente do BE espera que as autoridades e o governo português possam ir fornecendo informação e que possa garantir a segurança dos tripulantes detidos.
"O genocídio continua a acontecer. Durante esta noite foram 17 pessoas assassinadas em Gaza. O que esperamos do governo português, para além de toda a informação e de todos os contactos para se saber em que circunstâncias se encontram os tripulantes, esperamos também que o governo, não só aplique sanções a Israel e garantir que chega a ajuda humanitária".
Marisa Matias entende que não há nenhuma vitória enquanto não houver o fim da ocupação e do genocídio.
"Dito isto, há passos que estão a ser dados e que eu creio que são ganhos importantes do ponto de vista da consciência coletiva do que se está a passar em Gaza. Esta flotilha ter-se ocupado de fazer chegar a Gaza ajuda humanitária e medicamentos - em vez dos governos que deviam estar a fazer isso - substituindo-se aos governos é uma imagem poderosa", frisou.
Segundo a dirigente bloquista, "são pessoas de muitos países e de muitas partes do mundo que mostram onde deve estar a nossa dignidade, a nossa humanidade o nosso sentimento".
"Há também uma crescente pressão internacional da super-potência que somos todos nós, a dizer que não aceitamos mais ver crianças a morrer à fome e sem medicamentos e que não aceitamos mais pessoas mortas na fila da comida. Creio que é uma mensagem que vai sendo cada vez mais forte", sustentou.
Marisa Matias realça também as manifestações que estão a acontecer um pouco por todo o mundo após a detenção dos ativistas que seguiam na flotilha para Gaza.
Pelo menos 13 embarcações integradas na flotilha humanitária foram intercetadas pela Marinha de Israel, sendo que uma foi abalroada em águas internacionais, segundo a organização da flotilha Sumud Global.
Entre os detidos encontram-se a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz portuguesa Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse hoje esperar que os três cidadãos portugueses detidos por Israel possam regressar ao país "sem nenhum incidente", considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.
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