Ministro da Agricultura diz que "UE não deve excluir possibilidade de ripostar" contra tarifas dos EUA

O ministro da Agricultura defendeu que "a União Europeia (UE) não deve excluir a possibilidade de ripostar" contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos (EUA) aos produtos europeus. Numa entrevista à CMTV, José Manuel Fernandes mencionou a hipótese de "taxar os gigantes do digital" para gerar receitas para a UE.

"Temos de nos preparar para a eventualidade do agravamento das tarifas, face à imprevisibilidade do presidente dos EUA", referiu o governante, reconhecendo o "impacto negativo" das tarifas, nomeadamente para o setor vinícola em Portugal.

"Vender vinho em países terceiros fora da UE, [...] reforçar outros mercados como o Canadá" e "promover o vinho internamente na UE" são algumas das soluções apontadas pelo ministro, que defende o "aumento da reserva de crises" do bloco comunitário, mas avisa que "não podemos estar sempre a contar com estes subsídios".

Já o arranque da vinha e a colheita das uvas em verde "são soluções de último recurso". Na ótica de José Manuel Fernandes, "os EUA vão procurar fazer acordos bilaterais para dividir a UE", como tal o bloco comunitário deve "procurar uma aliança global de democracias previsíveis e estáveis". "No final perderemos todos se não estivermos unidos", alertou o ministro. 

Relativamente ao aumento do preço dos ovos, o governante afirmou que o País tem uma capacidade de autoaprovisionamento na ordem dos 97%. "Somos quase autossuficientes e já controlámos a gripe das aves", disse José Manuel Fernandes.

Questionado sobre as afirmações de André Ventura, que defendeu a formação de um Governo de direita mesmo que o PS vença as legislativas e não excluiu totalmente um entendimento com o PSD liderado por Luís Montenegro, o ministro reiterou que "o Chega não é um partido confiável e não respeita os valores europeus nem os valores cristãos".