Nova Direita acusa Moedas de "instrumentalização política" com ordem para remoção de cartazes

Câmara Municipal de Lisboa notificou vários partidos em fevereiro para removerem cartazes que constavam no "eixo central da cidade".

23 de maio de 2025 às 15:48
Nova Direita durante uma arruada na Avenida da Liberdade Foto: Lusa
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O partido Nova Direita acusou esta sexta-feira o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, de "instrumentalização política" por ordenar a remoção de cartazes partidários no centro de Lisboa a meses das autárquicas, considerando que pretende "fragilizar concorrentes políticos".

Em 24 de fevereiro, de acordo com um despacho a que a agência Lusa teve acesso, a Câmara Municipal de Lisboa notificou vários partidos -- como o Chega, IL, Livre, PCP ou BE -- para que removessem os seus painéis e cartazes políticos que constavam no "eixo central da cidade de Lisboa", em zonas como as praças do Marquês de Pombal, de Entrecampos, do Campo Pequeno ou a Avenida da República.

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A justificação dada pela autarquia para este pedido de remoção prende-se com o facto de, nesse eixo central da cidade, haver vários edifícios classificados como monumentos ou de interesse público e também porque está em curso o "Plano das Avenidas Novas", que visa "salvaguardar a existência de manchas importantes de arvoredo e vegetação" entre a praça do Marquês de Pombal e o Campo Grande e criar um "enquadramento mais harmonioso" para o cidadão.

Um dos partidos visados por esta ordem de remoção foi o Nova Direita, que recorreu da decisão, considerando-a infundada, mas, esta segunda-feira, foi notificado pela câmara que o seu recurso não "mereceu acolhimento", recebendo novamente a ordem de retirar a propaganda política voluntariamente "sob o prazo de 24 horas", sob pena de a autarquia o fazer coercivamente, imputando os custos ao partido.

Em comunicado, a Nova Direita manifesta a sua "profunda indignação e discordância" com esta decisão, considerando-a "injustificada, desproporcional e lesiva dos princípios democráticos, especialmente num contexto de pré-campanha eleitoral autárquica".

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"A Nova Direita contesta veementemente a fundamentação apresentada pelo município, que invoca genericamente a proteção do 'Plano Avenidas Novas' e valores patrimoniais, sem demonstrar de forma concreta e individualizada como é que os nossos painéis comprometem a estética ou as perspetivas panorâmicas da cidade", lê-se.

O partido liderado por Ossanda Líber acusa Carlos Moedas de "hipocrisia e instrumentalização política", por, "ciente da popularidade da medida de remoção de propaganda junto de setores do eleitorado lisboeta", a utilizar para "fragilizar os seus concorrentes políticos", enquanto "permite e promove a utilização de 'outdoors' eletrónicos comerciais em toda a cidade para veicular propaganda" do executivo camarário.

"Tal conduta configura uma clara violação do dever de neutralidade da administração pública", defende o partido.

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A Nova Direita exige assim a "suspensão imediata" do processo de remoção de propaganda política, a "cessação da utilização de 'outdoors' eletrónicos comerciais para propaganda municipal" e a "atuação transparente e imparcial da Câmara Municipal".

O partido refere ainda que reserva o direito de "recorrer às instâncias judiciais competentes para defender a liberdade de expressão e o direito à propaganda política, pilares fundamentais da democracia".

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