"Oferta cruzada de cargos" fez Cotrim Figueiredo perder apoio para a presidência dos liberais europeus

Eurodeputado eleito teve "aprendizagem acelerada" sobre como funcionam as negociações a nível europeu.

28 de junho de 2024 às 21:05
João Cotrim de Figueiredo, cabeça de lista da IL às Europeias Foto: António Pedro Santos/Lusa
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O eurodeputado eleito da Iniciativa Liberal (IL) João Cotrim Figueiredo explicou a retirada da candidatura à presidência dos liberais europeus com uma "oferta cruzada de cargos" entre os partidos do grupo, numa entrevista à CMTV.

Diante do tombo eleitoral do Renovar a Europa, Cotrim Figueiredo viu "pouca gente na bancada com interesse em fazer uma análise dos resultados" e começou a reunir apoios para concorrer contra a presidente do grupo, Valérie Hayer, do partido do presidente francês, Émmanuel Macron.

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"A vaga de fundo tornou-se evidente", mas "um conjunto de conversas e ofertas cruzadas de cargos" conduziu à retirada do apoio de várias delegações à candidatura do português. "Foi uma aprendizagem acelerada" de como funcionam as negociações a nível europeu, admitiu Cotrim, que acabou por ser eleito vice-presidente do Renovar a Europa. 

Sobre a nomeação de António Costa para a presidência do Conselho Europeu, reconheceu que "não é o pior" entre os socialistas, mas advertiu que "em funções chave, devemos ser exigentes com as pessoas que escolhemos e não estar a distribuir cargos", isto apesar de os liberais também fazerem parte do consenso que levou à eleição do ex-primeiro-ministro português. "O cargo exige reformas que nunca vimos Costa fazer", insistiu o liberal.

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Um dos desafios para António Costa, segundo o eurodeputado eleito, é o de "orientar as vontades para se coordenarem para os desafios do alargamento" a leste, nomeadamente à Ucrânia, onde Cotrim considera que a UE deu "um sinal político" ao "iniciar negociações de adesão num país em guerra".

Quanto ao contestado Pacto Europeu de Migração e Asilo, o liberal voltou a defender os méritos do documento, considerando-o "digno para os que são elegíveis para entrar, firme para os que não são e intransigente para os que se aproveitam das pessoas" migrantes. "Não podemos deixar que [a imigração] seja um assunto exclusivo de determinadas forças", assinalou.

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