Tudo o que foi dito no debate entre os oito partidos com assento parlamentar
Eleições antecipadas estão agendadas para o dia 18 de maio.
Os oito partidos com assento parlamentar enfrentaram-se, este domingo, para um último debate antes das eleições antecipadas agendadas para o dia 18 de maio. Este encontro foi distinto, uma vez que foi um frente-a-frente entre os oito líderes dos partidos.
O debate feito na NOVA SBE Carcavelos e transmitido na RTP e na RTP3, marcou também o primeiro dia de campanha eleitoral.
Polémica Spinumviva
"Fiz tudo de boa fé dentro dos parâmetros da lei", afirmou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre a queda de Governo que levou a eleições antecipadas.
Já o secretário geral do PS, Pedro Nuno Santos, garantiu que o partido socialista deu "todas as condições para que a AD governasse".
André Ventura, líder do Chega, afirmou que foi o partido que levou Montenegro ao escrutínio sobre a polémica Spinumviva e culpou o primeiro-ministro de eleições.
"Todos à exceção da IL contribuíram para a crise", defendeu o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha. A queda do Governo causada, aos olhos do Bloco de Esquerda, pelo primeiro-ministro foi uma consequência das próprias "escolhas", da qual "Montenegro foi vítima".
A CDU recordou as explicações dadas pelo líder da AD. Segundo Paulo Raimundo "Luís Montenegro devia ter-se demitido".
Já Rui Tavares, líder do partido do Livre, acusou o primeiro-ministro de não ter ainda respondido às suas questões.
"Luís Montenegro é um grande artista", acusou Inês de Sousa Real, do PAN, último partido a ter palavra durante o debate. Ainda assim, defendeu que o CHEGA e a Iniciativa Liberal também deixaram a "credibilidade para segundo lugar".
Imigração
O anúncio de mais de 4500 pessoas estarem a ser notificadas pela AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo) para abandonar o território nacional, num período máximo de 20 dias, também foi alvo de atenção durante o debate.
"A lei é óbvio que é para cumprir", deixou claro a sua opinião o líder do PS. Porém, Pedro Nuno Santos acusa o primeiro-ministro de "não ter sentido de Estado", "nem responsabilidade", fragilizando os serviços.
Luís Montenegro revelou que a AIMA tem sete vezes mais poder graças ao atual Governo e atacou o PS considerando-o principal culpado da "porta escancarada".
André Ventura contestou e acusou o PS e a AD de serem os responsáveis pelos problemas de imigração. "Maior bandalheira do que isto, não há", afirmou.
Paulo Raimundo garantiu que o CDU propôs "reforço das políticas de imigração" e que foram chumbadas pelos outros partidos. Agora, o tema da imigração virou "ação de campanha eleitoral do Governo".
"Um dos flagelos deste País não é a imigração", considerou o PAN. Inês Sousa Real defendeu maior atenção na insegurança e na violência doméstica.
Crise na Habitação
Pedro Nuno Santos começou a ronda sobre o tema da crise da habitação que dificulta o acesso dos jovens a casas. "É preciso construir mais", considerou. O deputado do PS acusou a AD de ter falhado na política da habitação.
"Ninguém deu machadada maior na habitação do que o governo do PS", relatou Montenegro. "Sem oferta, paga sempre a procura", acrescentou.
O Bloco de Esquerda voltou a levantar a bandeira dos tetos às rendas. O Governo e o PS estão "a enganar as pessoas. Se é possível na Alemanha também em Portugal".
Já Ventura diz que "ninguém pensa que baixar os impostos" também ajuda como política de habitação.
O líder do Livre considera que "não há uma medida só que resolva o problema". Para a Iniciativa Liberal a resolução passa por "construir, construir, construir".
O PAN recordou a lei das solos e considera que todos "os grandes partidos foram a reboque". Para Inês Sousa Real o "Estado devia colocar casas vazias no mercado".
Saúde
"O SNS encontra-se a passar por uma reestruturação" e "em hoje tem mais capacidade de resposta", considerou Luís Montenegro. O primeiro-ministro garante que as cadeiras dos profissionais estão a ser valorizadas para atrair técnicos.
O PS considerou que o "SNS encontra-se em privatização". Pedro Nuno Santos defende que os "gestores públicos devem ter mais autonomia".
André Ventura considera que "o maior falhanço do Governo da AD é a Saúde".
Economia
O primeiro-ministro mantém o otimismo para além do sentido de responsabilidade. "Estamos num bom momento da economia", confessou.
Nesta tema, o Bloco de Esquerda voltou a chocar com as políticas do Chega. Mariana Mortágua defendeu que André Ventura segue as pisadas de Donald Trump. Já André Ventura acusou BE de optar ligações com países orientais e de leste.
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