Passos bate com a porta a Costa
Líder do PSD faz ultimato ao secretário-geral do PS.
O impasse político deu lugar a uma guerra de nervos. O líder da coligação Portugal à Frente (PàF), Passos Coelho, confirmou esta quarta-feira a rutura com o PS, depois de a segunda reunião não ter tido qualquer efeito para acautelar um compromisso no Parlamento, e os socialistas devolveram à coligação PSD/CDS a responsabilidade de colocar um ponto final nas negociações. Isto na véspera de o secretário-geral do PS, António Costa, iniciar um périplo em Bruxelas para convencer os pares europeus e a família socialista de que está apto a governar, tal como defendeu em várias entrevistas a agências internacionais e ao ‘Financial Times’.
A posição de força assumida por Passos Coelho colocou o ambiente negocial com o PS num estado de grande fragilidade. Se entre os socialistas já havia a perceção de que seria difícil um acordo com a coligação PSD-CDS, a convicção é agora a de que a probabilidade de acordo é quase nula.
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14-10-2015_19_17_36 20151010_questoes.pdfEsta quinta-feira, Catarina Martins, porta-voz do BE, reúne-se com a família europeia do partido, o Grupo da Esquerda Unitária (GUE), para "abordar a situação política em Portugal". As negociações técnicas do PS com o BE e o PCP prosseguem, mas o caminho não é fácil, sobretudo porque qualquer acordo terá de ser para a legislatura: quatro anos.
No PCP começam a surgir indícios de que não será fácil chegar a entendimento, por exemplo, para viabilizar orçamentos do Estado por quatro anos. Contudo, o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, deixou esta quarta-feira claro que "nada impede" os socialistas de formar governo. As dificuldades nas negociações do PS com a esquerda estão a animar algumas fontes da coligação. Há até quem considere que eventuais fraturas na bancada parlamentar socialista possam levar, por ausência no debate de temas decisivos, à viabilização de um governo de direita.
Outro sinal de que é preciso cautela é a posição do fundador do BE, Francisco Louçã, a pedir um acordo sólido e não meros entendimentos. O alerta justifica-se porque qualquer solução frágil teria consequências imprevisíveis. No PS existem três correntes: esperar para ver um acordo escrito com PCP e Bloco, os que são contra qualquer acordo e os defensores da tese de Costa de que se trata de "derrubar o último muro de Berlim".
Outro sinal de que é preciso cautela é a posição do fundador do BE, Francisco Louçã, a pedir um acordo sólido e não meros entendimentos. O alerta justifica-se porque qualquer solução frágil teria consequências imprevisíveis. No PS existem três correntes: esperar para ver um acordo escrito com PCP e Bloco, os que são contra qualquer acordo e os defensores da tese de Costa de que se trata de "derrubar o último muro de Berlim".Clique para aceder ao Especial CM Legislativas 2015 - Portugal a votos
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