Paulo Raimundo avisa em Loures que destruir casas é "atacar vidas"
Secretário-geral do PCP acusou o PS de ser especialista em inaugurar obras autárquicas da CDU.
O secretário-geral do PCP avisou este domingo em Loures que "mandar abaixo um teto" corresponde a "atacar a vida de quem está lá dentro" e acusou o PS de ser especialista em inaugurar obras autárquicas da CDU.
Num discurso na sessão de apresentação da candidatura da CDU à Câmara Municipal de Loures, encabeçada por Gonçalo Caroço, Paulo Raimundo frisou que quem integra a coligação não vê em "quatro paredes e um teto" apenas uma casa, mas também "uma vida".
"Porque, dentro de quatro paredes e em cada teto, estão pessoas: homens, mulheres e crianças. E mandar abaixo um teto, por mais precário que seja, sem alternativa, é atacar não é o teto, não são as paredes... É a vida de quem está lá dentro, a vida de quem trabalha", afirmou Paulo Raimundo, recebendo um forte aplauso.
O secretário-geral do PCP aludia às demolições, entre julho e agosto, de habitações no Bairro do Talude, decididas pelo atual presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS).
Neste discurso, feito já em tom de campanha eleitoral, Paulo Raimundo procurou demarcar o projeto da CDU -- que presidiu a Loures entre 2013 e 2021, quando foi derrotada por Ricardo Leão -- do que é defendido pelo PS, afirmando que o povo conhece, "infelizmente por experiência própria", a diferença entre as duas gestões camarárias.
O secretário-geral do PCP defendeu que a diferença não é apenas de projetos, mas também de obra realizada, ironizando que a "grande especialidade dos eleitos do PS" é "inaugurar obras que a CDU deixou em andamento".
"Mas a diferença não é apenas essa. A diferença é para quem é que se destina a nossa obra. O nosso projeto destina-se às populações (...) E nós não nos enganamos ao lado da defesa intransigente dos serviços públicos. Enquanto para outros tudo pode ser negócio, para nós há coisas que nunca serão negócio: a água, os resíduos, os espaços verdes, os direitos dos trabalhadores nunca serão um negócio, ao contrário de outros", frisou.
Continuando a contrapor o projeto da coligação ao de "outros", Paulo Raimundo frisou que a CDU está empenhada em medidas como o metro em Loures ou no passe social único mais barato, "enquanto outros têm lá umas gavetas onde metem as promessas, onde metem as reivindicações justas das populações".
Depois, dirigindo-se aos militantes da coligação que o ouviam, o secretário-geral do PCP advertiu que os adversários políticos da CDU vão começar a andar "com sacos grandes, mesmo grandes, cheios de promessas para distribuir" e deixou-lhes um pedido.
"Nós devemos dizer isto à população de Loures: aqui não se faz uma única promessa. Aqui assumem-se compromissos e honramos todos os compromissos que assumimos todos os dias em prol da população", pediu.
Paulo Raimundo disse também que, em todo o país, mas particularmente em Loures, os adversários da CDU têm "muitos meios, muita força, muitos cartazes, muitas faixas, se calhar muitos jantares e almoços à borla".
"Nós não conseguimos competir com isso, nem queremos competir com isso. Mas nós temos aquilo que nenhum deles tem: anos de trabalho, de ligação à vida, de ligação às populações. Temos um património que mais nenhuma força tem. Ativemos esse património", pediu.
O secretário-geral do PCP referiu ainda que os adversários da CDU "não olham a meios para chegar ao seu objetivo", frisando que recorrem à "mentira, caciquismo, chantagem, pressão, às vezes até é a promessa deste ou daquele emprego".
"Este não é o nosso campeonato. O nosso campeonato é o da verdade", afirmou, salientando que, na CDU, "não há demagogia, mentiras, mentirolas", nem se "vende a banha da cobra".
"Aqui, ninguém se verga perante os grandes interesses, por maiores e mais fortes que eles sejam", disse.
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