Paulo Raimundo saúda chegada de ativistas e pede que mobilização continue
Para o secretário-geral do PCP, o Governo português tem "de fazer tudo para que isso se conquiste e não andar enrolado atrás das agendas dos outros".
O secretário-geral do PCP saudou esta segunda-feira a chegada dos ativistas portugueses que integraram a flotilha destinada a Gaza, considerando "muito positivo" que tenham chegado "aparentemente bem fisicamente", e pediu que mobilização da população portuguesa pela Palestina continue.
Em declarações aos jornalistas durante a tradicional arruada na Rua de Santa Catarina, no Porto, salientou que os quatro ativistas chegaram "aparentemente bem fisicamente", apesar de "certamente cansados e com uma grande pressão".
"Isso é um aspeto muito positivo", frisou Paulo Raimundo, que defendeu que agora é necessário que a mobilização do povo português em prol da causa palestiniana se "continua a afirmar".
"Há três aspetos fundamentais que são precisos resolver de imediato: o cessar-fogo e o fim do genocídio, o reconhecimento dos direitos nacionais do povo da Palestina e a entrada imediata de ajuda humanitária", disse.
Para o secretário-geral do PCP, o Governo português tem "de fazer tudo para que isso se conquiste e não andar enrolado atrás das agendas dos outros que não são as agendas do povo português".
Questionado se lhe parece que deveriam ter estado presentes membros do Governo na receção dos ativistas em Lisboa, Paulo Raimundo respondeu: "Eu se fosse algum daqueles quatro portugueses que chegaram ontem [domingo], se calhar desejava ver toda a gente, menos alguém do Governo".
"Acho que não era bem essa a vontade daquelas quatro pessoas. Era ver os seus amigos, os seus companheiros", disse. Sobre se acha que o movimento gerado à volta da flotilha pode efetivamente ajudar o povo palestiniano, Paulo Raimundo reiterou que, ao longo dos últimos meses, tem havido um "amplo movimento de apoio e solidariedade" com a causa palestiniana e defendeu que "esse movimento é para continuar".
"Esta iniciativa foi uma ação que acabou por dar centralidade e voltou a colocá-la do ponto de vista da agenda. Ainda bem que os portugueses chegaram bem. Infelizmente o genocídio continua na Palestina. Isso é que é a questão fundamental e eu estou convencido que é o que está no centro das preocupações de todos, e em particular daqueles quatro portugueses", referiu.
Os portugueses que fizeram parte da flotilha humanitária Global Sumud aterraram esta domingo, por volta das 22:30, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde eram aguardados por familiares e apoiantes pró-Palestina.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves estavam detidos, em Israel, desde a noite de quarta para quinta-feira passada, quando as forças israelitas intercetaram as cerca de 50 embarcações da Flotilha Global Sumud, que pretendia entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
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