Paulo Rangel refere que desigualdades colocam riscos à democracia

"Numa economia pobre nunca haverá uma dimensão social", considerou.

19 de setembro de 2025 às 18:58
Paulo Rangel Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou esta sexta-feira que algumas das desigualdades colocam riscos à democracia.

"Alguns dos riscos da democracia que estamos esta sexta-feira a viver estão claramente relacionados com algumas desigualdades e devemos olhar para isso", disse o governante no encerramento do Fórum Social do Porto 2025.

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Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, quando se quer criar uma dimensão social justa na sociedade e no país é necessário cuidar de todas as dimensões, nomeadamente da social, económica, ambiental e política porque elas estão todas interligadas.

No modelo europeu, os direitos sociais, económicos e ambientais estão interligados, não podendo ser separados, frisou.

Paulo Rangel salientou que nunca se terá uma economia forte e uma democracia adequada sem direitos sociais.

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Lembrando que a democracia é o regime da classe média, o ministro dos Negócios Estrangeiros assinalou que só há classe média se houver uma economia rica e funcional.

"Se há uma pequena percentagem de pessoas que são muito ricas e todas as outras são pobres então a democracia está em risco", apontou.

O governante, que tinha na plateia a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, explicou que não há contradição entre uma economia rica e um estado de bem-estar social.

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"Numa economia pobre nunca haverá uma dimensão social", considerou.

A Comissão Europeia faz no Porto um balanço dos progressos na implementação do Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, cujas metas foram estipuladas aquando da presidência europeia portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), no primeiro semestre de 2021.

Sob o tema "Empregos de qualidade numa Europa social competitiva", o Fórum Social do Porto vai permitir fazer "um balanço dos progressos realizados na implementação do Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e dos três objetivos sociais da UE para 2030 em matéria de emprego, formação e redução da pobreza", anunciou a Comissão Europeia, em comunicado divulgado na quarta-feira.

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Em maio de 2021, quando Portugal tinha a presidência rotativa do Conselho da UE e António Costa era primeiro-ministro, realizou-se no Porto uma cimeira social na qual foi dado um novo impulso político à implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, com metas como alcançar uma taxa de emprego de 78%, assegurar que 60% de adultos têm formação anual e tirar 15 milhões de pessoas do risco de pobreza ou da exclusão social.

O Fórum Social do Porto é uma iniciativa do Governo português, com o apoio da Comissão Europeia, em colaboração com o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu.

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