PCP considera que promessa de PM trabalhar com autarcas contradiz-se na prática
Paulo Raimundo reagiu às declarações de Luís Montenegro que, esta manhã, afirmou que o Governo vai trabalhar com todos os municípios.
O secretário-geral do PCP disse este sábado desconfiar que o compromisso assumido pelo primeiro-ministro de trabalhar com todos os municípios se traduza em atos, considerando que a sua prática tem sido "completamente contraditória" com essas afirmações.
Durante uma arruada em Sines, distrito de Setúbal, Paulo Raimundo reagiu às declarações de Luís Montenegro que, esta manhã, afirmou que o Governo vai trabalhar com todos os municípios, apesar de "nem todos os autarcas responderem com a mesma diligência às políticas do Governo central".
"Custa-me a crer que, das palavras, haja seguimentos nos atos, mas cá estaremos para ver", reagiu Paulo Raimundo, que considerou haver, até agora, uma "contradição entre o discurso e a prática".
"O mesmo Governo que diz que quer trabalhar junto dos autarcas, que quer responder às necessidades e por aí fora, é o mesmo Governo que está a preparar neste momento o fecho, a concentração das urgências de obstetrícia em Almada, afastando ainda mais a população. (...) Há aí uma contradição neste discurso", frisou.
Paulo Raimundo defendeu assim que "não vale a pena discursos bonitos e intenções", frisando que, apesar de se estar em campanha eleitoral, "devia haver respeito pelas pessoas", e considerou que o importante é que, "para além da conversa, haja resolução".
"E o que é que é um facto? Quer um exemplo concreto? Vou-lhe dar um exemplo concreto. Há 20 anos que se espera a construção do hospital no Seixal. Estas populações daqui esperam por serviços públicos que respondam às necessidades, porque isto está a arrebentar pelas costuras", disse.
Sobre as palavras de Montenegro de que "nem todos os autarcas respondem com a mesma diligência às políticas do Governo central", Paulo Raimundo disse não querer avaliar as políticas centrais, mas interpretar essas declarações como um elogio aos eleitos da CDU.
"Não estava à espera que o senhor primeiro-ministro fizesse um elogio tão grande à diligência dos eleitos da CDU, sempre diligentes a resolver o problema das populações, a reivindicar os direitos das populações", disse.
Paulo Raimundo fez estas afirmações durante uma arruada em Sines, uma câmara que pertenceu sempre a coligações lideradas pelo PCP entre 1976 e 2005, mas que, desde 2013, é gerida pelo PS.
Este ano, a CDU aposta no candidato Álvaro Beijinha, presidente da Câmara Municipal do Cacém entre 2013 e 2025, e que acompanhou Paulo Raimundo durante a arruada que fizeram esta manhã pelo centro de Sines.
Aos jornalistas, Paulo Raimundo considerou que a CDU está "numa dinâmica de vitória" e manifestou-se convicto de que, 20 anos depois de ter gerido a Câmara, "é possível reconquistar e recuperar" Sines para a coligação.
"Precisamos de levar os problemas concretos da vida das pessoas aqui em Sines e precisamos de ter um projeto de presente, mas com os olhos postos no futuro, porque isto é uma zona que vai crescer, aumentar -- e ainda bem, é bom sinal -- e é preciso um projeto de desenvolvimento sustentável para aqui e de exigência junto do Governo para que cumpra as suas obrigações", afirmou.
Paulo Raimundo defendeu que "tudo isso só é possível com a CDU" e frisou que, "se calhar alguns não esperariam esta possibilidade de dinâmica de vitória, mas ela está no terreno".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt