PCP diz que Governo quer encerrar neonatologia do Dona Estefânia e acusa ministra de embuste
Ministra da Saúde diz que o que está a ser elaborado é "um projeto de organização" da resposta dos dois serviços de neonatologia "num polo" só.
O PCP acusou esta terça-feira o Governo de querer encerrar o serviço de neonatologia do Hospital Dona Estefânia e considerou "um embuste" que a ministra da Saúde negue essa intenção enquanto confirma que serão unidas duas unidades num só polo.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, disse ver com "grande preocupação" a alegada intenção do Governo de encerrar o serviço de neonatologia do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, que considerou de "enorme gravidade", pedindo esclarecimentos ao executivo sobre essa matéria.
Em causa está uma notícia esta terça-feira divulgada pelo jornal Correio da Manhã de que o Governo está a preparar o encerramento do serviço de neonatologia do Hospital Dona Estefânia e a transferência dos profissionais de saúde para a Maternidade Alfredo da Costa.
A ministra da Saúde reagiu à notícia explicando que esse encerramento "não está previsto", o que está a ser elaborado é "um projeto de organização" da resposta dos dois serviços de neonatologia "num polo" só.
Sobre esta explicação, Paula Santos disse tratar-se de "um embuste" e que não se trata de qualquer reorganização, mas sim o efetivo encerramento de uma unidade de saúde, acrescentando que "a capacidade de resposta não fica assegurada mantendo somente o serviço de neonatologia da Maternidade Alfredo da Costa":
"Hoje existem dois serviços de Neonatologia, na Maternidade Alfredo da Costa, no Hospital Dona Estefânia e, portanto, se de dois passa a um, a senhora ministra pode chamar-lhe o que entender e pode procurar desviar as atenções daquilo que está a acontecer, mas há claramente um encerramento, há claramente uma redução de capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde", acrescentou.
Paula Santos defendeu também que esta é "mais uma daquelas opções" que insere no conjunto de "encerramento de serviços de obstetrícia" no país, argumentando que o !que se impõe é tomar as medidas necessárias para se garantir a contratação e a fixação dos profissionais de saúde para garantir o funcionamento destes serviços".
Questionada sobre se o partido considera a chamar ao parlamento o presidente do Conselho da Administração do Hospital São José, a deputada comunista disse querer aguardar a resposta à pergunta feita pela bancada do PCP à ministra da Saúde, mas sublinhou que todas as hipóteses ainda estão em aberto.
Nessa pergunta enviada por via parlamentar, o PCP questiona Ana Paula Martins sobre que avaliação faz do encerramento da neonatologia do Dona Estefânia, que medidas irá tomar para travar o seu fecho e como garante a capacidade de resposta do SNS com o encerramento deste serviço.
Paula Santos enfatizou também que, do ponto de vista da promoção da natalidade, o que está a ser feito no SNS "destrói tudo", não garantindo confiança, segurança ou tranquilidade e lembrou que, nestes serviço, tratam-se crianças e bebés, que exigem "cuidados de enorme diferenciação e especialização".
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