PCP quer melhorar oferta e reduzir preço dos transportes públicos
Jerónimo de Sousa acusa governo do PS de não querer adotar medidas necessárias para a resolução dos problemas do setor.
O secretário-geral do PCP defendeu sexta-feira uma redução no preço dos transportes e acusou o Governo do PS de não querer adotar um conjunto de medidas necessárias para a resolução dos problemas do setor.
"Não podemos esquecer que continua por reverter o preço pago pelos utentes, que disparou com o Governo PSD/CDS com aumentos nunca abaixo dos 30%, sendo que em alguns casos os preços tiveram aumentos superiores a 100%", disse Jerónimo de Sousa, durante a apresentação de candidatos da CDU aos órgãos autárquicos do concelho do Seixal, no distrito de Setúbal.
Perante centenas de apoiantes na Praça Central da Torre da Marinha, no Seixal, o líder comunista lembrou que o PCP tem vindo a denunciar a "extraordinária degradação do serviço público de transportes que foi particularmente agravada durante o último Governo PSD/CDS e a questionar o governo minoritário do PS, apresentando também propostas que se têm revelado cada vez mais necessárias e urgentes".
Jerónimo de Sousa considerou, no entanto, que o Governo minoritário do PS está "enredado nos seus compromissos com o grande capital" e "tem resistido à adoção das medidas efetivas, capazes de responder à solução dos problemas, no Metropolitano, na Carris, na CP, na Transtejo e Soflusa", da mesma forma que "continua a adiar a concretização da conclusão do projeto do Metropolitano Sul do Tejo", que, por enquanto, serve apenas os concelhos de Almada e do Seixal.
Em relação à Transtejo e Soflusa, empresas que asseguram as ligações fluviais entre as duas margens do rio Tejo, Jerónimo de Sousa defendeu que o anúncio de investimento de 10 milhões de euros que o Governo fez no final de junho "é inseparável da sistemática intervenção do PCP, da luta dos trabalhadores, dos utentes e da ação dos municípios de Almada, Seixal e Barreiro.
Embora reconheça que se trata de medidas que respondem a algumas das necessidades mais prementes, se foram concretizadas em tempo útil, Jerónimo de Sousa considera que "é necessária uma resposta mais ampla para garantir a operacionalidade e eficácia" dos transportes fluviais entre as duas margens do Tejo.
Para o líder comunista, é necessária uma "mobilização de recursos para assegurar o saneamento financeiro das empresas públicas de transporte", bem como a contratação de centenas de novos trabalhadores e o alargamento da oferta, quer nas zonas abrangidas, quer na frequência do transporte assegurado.
A redução dos custos para os utentes, através de um desagravamento dos tarifários, e a reposição dos descontos para estudantes e idosos nos transportes públicos, foram outras propostas retomadas por Jerónimo de Sousa.
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