PCP quer rever regras do segredo de Estado

Comunistas querem reforçar fiscalização para evitar impedimentos como em Tancos.

07 de fevereiro de 2018 às 08:47
PCP, comunistas, regras, segredo, estado, tancos Foto: Paulo Cunha / Lusa
Jerónimo de Sousa no jantar de Natal do PCP, em Braga Foto: Manuel Araújo/Lusa
Jerónimo de Sousa no jantar de Natal do PCP, em Braga Foto: Manuel Araújo/Lusa

1/3

Partilhar

O PCP quer rever as regras de acesso do Parlamento a documentos ou informações classificados como segredo de Estado. O objetivo é reforçar o poder de fiscalização dos deputados, depois dos entraves que surgiram em casos como o roubo de armas em Tancos.

"Queremos criar um mecanismo que permita à Assembleia da República quebrar o segredo de Estado adotando ela própria medidas que assegurem a segurança da informação", diz ao CM o deputado do PCP António Filipe. Além disso, explica, "havendo situações em que uma comissão ou um grupo parlamentar queira acesso a elementos e eles sejam negados por causa do segredo de Estado haja uma de recurso, através da conferência de líderes". A razão da recusa, frisa, "deve ser fundamentada à conferência de líderes parlamentares" e o próprio presidente da Assembleia.

Pub

Na proposta de projeto de lei dos comunistas lê-se que "se a conferência de líderes considerar a recusa injustificada, o presidente da Assembleia da República solicita que a informação ou documento em causa lhe seja entregue diretamente" para posterior entrega aos deputados. Os parlamentares a quem fossem disponibilizados os dados passariam a estar sujeitos ao segredo de Estado, podendo ser punidos criminalmente em caso de fuga.

Manual de espiões fora da lei nunca foi fiscalizado

Pub

No projeto de lei, os comunistas recordam o julgamento do ex-super espião Jorge Silva Carvalho, pois foi dito em tribunal que os serviços de informações dispunham de manuais de procedimentos com práticas ilegais. Numa audiência, o ex-operacional João Luís assumiu haver escutas ilegais e acessos a dados de comunicações de alvos. O Parlamento nunca conseguiu verificar tal afirmação.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar