“Pobreza é um problema que a democracia não conseguiu resolver”: o apelo de Marcelo na mensagem de Ano Novo
Marcelo destacou a necessidade de “mais educação, melhor saúde e melhor habitação”.
O Presidente da República apelou esta quarta-feira ao combate à pobreza em Portugal, no ano que agora começou, realçando que “dois milhões de pobres é um problema de fundo e estrutural que a democracia não conseguiu resolver”. Na mensagem de Ano Novo, Marcelo Rebelo de Sousa traçou as necessidades do País, pedindo “mais educação, melhor saúde e melhor habitação”, mas que para isso é necessário “qualificar mais” e ter “mais produtividade”, para que “não se aprofundem fossos”. Na economia, o chefe do Estado pediu crescimento para que se possa “pagar melhor e aumentar os rendimentos dos portugueses, corrigindo as desigualdades”, recordando os bons números das finanças públicas e deixando um recado ao Governo: “Que esses valores se consolidem e acentuem.”
Num discurso a apontar para o futuro, Marcelo Rebelo de Sousa assumiu que “um ciclo fechou-se após os 50 anos” de democracia, sublinhando que “Abril é olhar para o futuro, não repetir o passado”. Neste sentido, pediu que se “renove a democracia” na juventude, no papel da mulher, no combate à corrupção, na recusa da violência doméstica e, para isso, que as “forças políticas, económicas e sociais, do sistema de justiça e administração pública para se virem para o futuro”.
No penúltimo discurso de Ano Novo como Presidente da República - e último com o poder de dissolver o Parlamento -, Marcelo pediu ainda “bom senso” e que se reforce a “solidariedade institucional” para que haja estabilidade este ano, recordando o mesmo compromisso que “nos levou a aprovar os Orçamentos de 2024 e 2025”, para que se “continue a garantir a responsabilidade e o respeito”.
E TAMBÉM
QUER AVANÇOS
O Presidente da República voltou a alertar para a aplicação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para que os “16 mil milhões de euros que temos para gastar nos próximos dois anos sejam mesmo usados”, de forma a fazer esquecer os “6,3 mil milhões que gastámos no mesmo tempo ou ainda maior até hoje”.
Força militar da UE
Marcelo avisou que a União Europeia precisa de “ganhar peso militar próprio” para os desafios que se avizinham, caso a aliança com os EUA seja mais distante.
REAÇÕES
"Há uma sintonia entre o Presidente da República e o Governo na redução da pobreza e reforço da saúde", Carlos Coelho, PSD
"Não temos confiança na competência do Governo de enfrentar e resolver os desafios" , Pedro Nuno Santos, PS
"Ficou aquém do que esperávamos. Não apontou os caminhos errados ao Governo", André Ventura, Chega
"Orçamento do Estado não vai ao encontro dos objetivos colocados pelo Presidente", Rui Fernandes, PCP
"Presidente da República não deu uma palavra sobre o Serviço Nacional de Saúde", Bruno Maia, Bloco de Esquerda
"A palavra e expressão que faltou em todas as intervenções foi a reforma do Estado", Rui Rocha, Iniciativa Liberal
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