PS desafia Governo a retirar moção de confiança

Socialistas põem continuidade do Executivo nas mãos de Montenegro. PSD avisa que os portugueses não querem eleições.

10 de março de 2025 às 01:30
Luís Montenegro Foto: Rodrigo Antunes/Reuters
Carla Tavares, presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do Partido Socialista
Miguel Pinto Luz,
ministro das Infraestruturas Foto: Direitos Reservados
André Ventura Foto: Direitos Reservados

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O PS desafiou este domingo o Governo a retirar a moção de confiança. “Está nas mãos do PSD e do líder do Governo retirar a moção de confiança”, disse a presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS, a eurodeputada Carla Tavares.

O Executivo deverá cair esta terça-feira com a rejeição esperada da moção de confiança. “O PS foi sempre muito claro que não viabilizaria moções de censura, mas foi absolutamente claro desde o início que não viabilizaria nenhuma moção de confiança”, lembrou a socialista.

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Do lado do Governo, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, defendeu que “o único responsável” pela eventual convocação de eleições antecipadas será o PS. “O Governo não quer eleições, o PSD não quer eleições, a Aliança Democrática não quer eleições, porque os portugueses não querem eleições”, disse o governante numa conferência de imprensa na sede nacional do PSD, em Lisboa. O apelo dos sociais-democratas é “deixem-nos trabalhar”.

O desafio do PS para que o Governo retire a moção de confiança já tinha sido lançado pelo secretário-geral dos socialistas, Pedro Nuno Santos, que considerou que ainda “há margem para não haver eleições”. Só que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, argumentou que parece não haver alternativa e que é sua responsabilidade “evitar que Portugal seja um País envolto em lama”.

Para continuar em funções, o Governo precisa que o PS se abstenha na votação da moção de confiança, ou então que o Chega vote a favor, se os socialistas votarem contra. Mas André Ventura garantiu que “não há nenhumas condições, perante as suspeitas que recaem sobre o primeiro-ministro de enriquecimento do próprio, para que o Chega vote favoravelmente a moção de confiança”. De igual modo, “Luís Montenegro não tem nenhumas condições de ter qualquer apoio da parte do Chega para uma maioria” governativa no futuro, afirmou.

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E TAMBÉM

Aguiar-Branco

O presidente da Assembleia da República ainda acredita “que seja possível aprovar a moção de confiança” e que “o interesse nacional irá prevalecer”. “Creio interpretar a vontade do povo português de que não haja, neste momento, instabilidade que leve a eleições”, disse José Pedro Aguiar-Branco.

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PS analisa situação

A Comissão Política Nacional do PS vai reunir-se hoje à noite, na sede nacional, em Lisboa, na véspera da votação da moção de confiança do Governo.

Divisões internas

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“O que está a acontecer é penoso e revela muito sobre o País e o estado do PSD”, escreveu Jorge Moreira da Silva no grupo de WhatsApp que criou quando concorreu contra Luís Montenegro, segundo divulgou o ‘Expresso’.

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