Manuel Pinho só vai falar aos deputados depois de interrogado pelo MP

Antigo ministro socialista falou pela primeira vez sobre caso de alegados pagamentos do BES.

30 de abril de 2018 às 11:49
Manuel Pinho, governo, processo, negócio, BES Foto: José Sena Goulão / Lusa
Manuel Pinho no topo da lista do ‘saco azul’ Foto: CMTV
Manuel Pinho Foto: Sérgio Lemos

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O ex-ministro da economia Manuel Pinho, arguido num processo no caso EDP, está disposto a prestar "todos os esclarecimentos" aos deputados, mas só depois de ser interrogado pelo Ministério Público (MP), segundo um comunicado do seu advogado.

"É sabido que as dúvidas que justificam essa diligência nasceram a partir da divulgação pela comunicação social de documentação que constará do processo em que foi constituído arguido (e onde há mais de dez meses aguarda por ser ouvido) e com a qual ainda não foi confrontado pela autoridade judiciária competente", adianta um comunicado enviado à agência Lusa.

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Desta forma, Manuel Pinho entende "que essa audiência apenas pode ter lugar depois de ser interrogado pelo Ministério Público", acrescentou o seu advogado, Ricardo Sá Fernandes.

PS quer ouvir ex-ministro Manuel Pinho "o mais depressa possível" no parlamento 

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O PS é favorável à audição "o mais depressa possível", no parlamento, do ex-ministro da Economia Manuel Pinho sobre o "caso insólito" de alegados pagamentos, pelo BES, quando estava no Governo, informou esta segunda-feira o líder parlamentar do PS.

Numa declaração enviada à Lusa, Carlos César afirmou que os socialistas estão "evidentemente interessados em conhecer o que o antigo ministro Pinho tem a dizer sobre todo este caso insólito", na sequência do pedido anunciado, no domingo, pelo presidente do PSD, Rui Rio.

Para o líder da bancada socialista, é necessário "escrutinar todas as decisões que ele pessoalmente tomou enquanto foi governante e que se possam relacionar com a situação que lhe é imputada e que ainda não desmentiu".

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"Há toda a vantagem em que essa audição seja feita o mais depressa possível", de acordo com a declaração de Carlos César.

O "caso insólito" a que Carlos César se refere foi noticiado, em 19 de abril, pelo jornal 'on-line' Observador, segundo o qual há suspeitas de Manuel Pinho ter recebido, entre 2006 e 2012, cerca de um milhão de euros.

Os pagamentos, de acordo com o jornal, terão sido realizados a "uma nova sociedade 'offshore' descoberta a Manuel Pinho, chamada Tartaruga Foundation, com sede no Panamá, por parte da Espírito Santo (ES) Enterprises --- também ela uma empresa 'offshore' sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas e que costuma ser designada como o 'saco azul' do Grupo Espírito Santo".

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As transferências, de acordo com o jornal, que cita um despacho de 11 de abril dos procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto consultado pelo Observador nos autos do caso EDP, "terão sido realizadas 'por ordem de Ricardo Salgado' ao 'aqui arguido, ex-ministro da Economia Manuel Pinho'".

No domingo, passados dez dias sobre a divulgação da notícia, o presidente do PSD afirmou que vai pedir a audição do ex-governante.

"O PSD vai tomar a iniciativa de chamar o ex-ministro Manuel Pinho ao parlamento no sentido de ele poder dar, do ponto de vista político, as explicações que ache que deve dar ao país", declarou.

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CDS-PP votará a favor de audição de Manuel Pinho no parlamento 

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse esta segunda-feira que o seu partido votará favoravelmente o pedido para a audição no parlamento do antigo ministro Manuel Pinho, para esclarecer alegadas suspeitas de que é alvo.

"O CDS, certamente, votará favoravelmente esse pedido, na certeza de que não há uma obrigatoriedade de comparência do anterior ministro, porque não está em funções", afirmou esta segunda-feira aos jornalistas Assunção Cristas, durante uma visita à 35.ª feira Ovibeja, que decorre em Beja.

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A presidente do CDS-PP lembrou que "há um processo judicial em curso", relativamente às alegadas suspeitas que têm sido imputadas, em diversas notícias, a Manuel Pinho, pelo que o seu partido concorda com a audição do ex-governante do governo de José Sócrates na Assembleia da República.

"Nós com certeza que viabilizaremos e votaremos a favor dessa mesma proposta", sublinhou.

O presidente do PSD, Rui Rio, revelou, no domingo, na Guarda, que o partido vai chamar Manuel Pinho ao parlamento para esclarecer as alegadas suspeitas de que é alvo.

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"O PSD vai tomar a iniciativa de chamar o ex-ministro Manuel Pinho ao parlamento no sentido de ele poder dar, do ponto de vista político, as explicações que ache que deve dar ao país", declarou o líder social-democrata.

Segundo Rui Rio, nesta matéria, há "um outro paralelo", o "jurídico", mas isso não inviabiliza que, "do ponto de vista político", haja "explicações a dar" pelo ex-ministro.

"Porque a democracia portuguesa não pode continuar com estes sucessivos casos de suspeitas corrupção e de compadrio", afirmou o líder nacional do PSD.

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O PS também se manifestou esta segunda-feira favorável à audição "o mais depressa possível", no parlamento, do ex-ministro da Economia sobre o "caso insólito" de alegados pagamentos, pelo BES, quando estava no Governo, informou o líder parlamentar socialista.

Numa declaração enviada à agência Lusa, Carlos César afirmou que os socialistas estão "evidentemente interessados em conhecer o que o antigo ministro Pinho tem a dizer sobre todo este caso insólito".

Entretanto, o ex-ministro da economia Manuel Pinho, arguido num processo no caso EDP, informou esta segunda-feira que está disposto a prestar "todos os esclarecimentos" aos deputados, mas só depois de ser interrogado pelo Ministério Público (MP), segundo um comunicado do seu advogado.

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"É sabido que as dúvidas que justificam essa diligência nasceram a partir da divulgação pela comunicação social de documentação que constará do processo em que foi constituído arguido (e onde há mais de dez meses aguarda por ser ouvido) e com a qual ainda não foi confrontado pela autoridade judiciária competente", adianta um comunicado enviado à agência Lusa.

Desta forma, Manuel Pinho entende "que essa audiência apenas pode ter lugar depois de ser interrogado pelo Ministério Público", acrescentou o seu advogado, Ricardo Sá Fernandes.

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