PS quer sanções após insultos do Chega a deputada cega

Socialistas acusam partido de André Ventura de ser “um bando de delinquentes no Parlamento” 

14 de fevereiro de 2025 às 18:15
Ana Sofia Antues Foto: António Pedro Santos/LUSA
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“Temos um bando de delinquentes no Parlamento.” Foi assim que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, classificou os insultos do Chega contra a deputada Ana Sofia Antunes, que é cega. “Não respeitam quem lhes paga o salário, que são os portugueses”, adiantou o socialista, depois do partido ter pedido sanções. 

As alterações ao código de conduta dos deputados foram exigidas pela líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, de forma a sancionar insultos no hemiciclo, como os que aconteceram no plenário de quinta-feira. “O ambiente de violência verbal tem de acabar”, apontou. 

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Entre as alterações a ser estudadas, o PS quer “sanções como existem em parlamentos de vários países e no parlamento europeu”, clarificou Alexandra Leitão, que exigiu um pedido de desculpas do presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, em nome do Parlamento. 

O caso remonta ao plenário de quinta-feira, quando a deputada do Chega Diva Ribeiro acusou a parlamentar socialista Ana Sofia Antunes de apenas focar-se em questões de deficiência por ser cega. Ao mesmo tempo, eram ditos insultos com o microfone desligado vindos da bancada liderada por André Ventura: “aberração” ou “drogada” foram algumas das palavras ditas.  

A deputada visada pelos insultos sublinhou que “não posso permitir desconsiderações" e que foram “ofendidas todas as pessoas com deficiência, rotuladas como incapazes, inábeis ou incompetentes.” 

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Em defesa do Chega, André Ventura afirmou que “se há partido que tem sofrido na pele esses ataques, esse partido é o Chega”, mas admitiu que irá fazer uma autocrítica, apesar de não dar já uma posição sobre o agravamento de sanções. 

Reações

PSD: "Tenho sérias dúvidas de que isto sejam matérias passíveis de serem reguladas. Não há forma de regular a falta de educação", Hugo Soares, líder parlamentar

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BE:  "O Parlamento não pode tolerar a discriminação violenta, o bullying, a agressão verbal. O Bloco está aberto a iniciar um processo de reflexão", Fabian Figueiredo, líder parlamentar

Iniciativa Liberal: "Foi uma intervenção grave, indigna e factualmente errada", Rodrigo Saraiva, deputado e vice-presidente da Assembleia da República

PCP: "O Chega deve um pedido de desculpas ao Parlamento e ao país. Foi o ponto mais baixo", António Filipe, deputado

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Livre: "[Aguiar-Branco] tem parcialidade em relação a um grupo parlamentar porque é maior, faz muito barulho e se calhar mete mais medo", Rui Tavares, deputado

CDS: "Em muitos casos os insultos provenientes das bancadas do Chega estão exatamente ao mesmo nível dos insultos das bancadas à esquerda", Paulo Núncio, líder parlamentar

PAN: "Comportamentos atingiram um patamar absolutamente inqualificável. Não será o Chega que nos vai intimidar", Inês Sousa Real, deputada

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