PSD saúda retirada de proposta sobre mesquitas, BE e CDU pedem reflexão

Rui Moreira decidiu retirar da agenda as propostas de cedência de edifícios devolutos para duas mesquitas, na sexta-feira.

02 de junho de 2025 às 18:12
Câmara do Porto Foto: Facebook
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O PSD saudou, esta segunda-feira, a retirada das propostas de cedência de imóveis devolutos para duas mesquitas da agenda da reunião privada da Câmara Municipal do Porto, enquanto BE e CDU falam na necessidade de se fazer uma reflexão.

Na sexta-feira, o presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, decidiu retirar da agenda da reunião privada, que decorreu na manhã desta segunda-feira, as propostas de cedência de edifícios devolutos para duas mesquitas por não ser uma questão consensual.

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Já esta segunda-feira, o vereador do Urbanismo, Espaço Público e da Habitação da Câmara do Porto disse que caberá ao próximo executivo a decisão de ceder edifícios devolutos para mesquitas, depois dessa proposta ter suscitado "dúvidas, inquietações e reações intensas".

"Percebemos que esta proposta [cedência de edifícios devolutos para mesquitas] suscitou dúvidas, inquietações e reações intensas, inclusive de pessoas que habitualmente nos acompanham e apoiam", referiu o vereador Pedro Baganha, numa declaração distribuída aos jornalistas.

No final da reunião do executivo, a vereadora do PSD considerou que os imóveis devolutos podem, neste momento, ter outro uso, nomeadamente para habitação, acolher vítimas de violência doméstica ou pessoas em situação de sem-abrigo.

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"Nós consideramos que a cidade tem tantas carências que os imóveis devolutos podem ter outro uso que não seja este [mesquitas] neste momento", frisou Mariana Ribeiro Macedo.

Contando que, caso a proposta fosse a votação, o PSD iria votar contra, a social-democrata explicou que essa não servia os interesses dos portuenses e da cidade.

"Isto não tem a ver com liberdade religiosa que nós respeitamos, naturalmente, não tem a ver com a integração, que nós defendemos e incentivamos", vincou.

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Apesar de estar a favor da integração e da liberdade religiosa, Mariana Ribeiro Macedo sublinhou que o Porto tem, atualmente, outras prioridades.

Por seu lado, o vereador do BE, Sérgio Aires, mostrou-se totalmente a favor desta cedência de edifícios, lamentando a retirada das propostas.

Na sua visão, o objetivo da proposta era criar segurança, comunidade e reforçar os laços.

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"O que me preocupa é que vamos deixar arrastar a situação, porque aquilo que estava em cima da mesa era encontrar espaços dignos para estas pessoas estarem", sublinhou.

O bloquista lembrou que as comunidades continuam a existir e a cidade não pode, nem devia, fazer de conta que não existem, apontando a necessidade de se fazer uma reflexão sobre a questão.

Compreendendo a retirada das propostas pelo presidente da câmara, a vereadora da CDU, Joana Rodrigues, sublinhou que a questão é "efetivamente complexa".

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"Percebemos a boa intenção destas propostas, mas também entendemos que é preciso fazer uma reflexão profunda sobre esta questão, para que o Porto continue a ser uma cidade de tolerância e inclusão", atirou.

As propostas em causava visavam a cedência de direitos de superfície de dois imóveis devolutos para a construção de duas mesquitas.

"A construção de uma mesquita na cidade do Porto é um passo crucial na consolidação de uma cidade inclusiva, que promove a coexistência pacífica de diversas religiões, refletindo não apenas a diversidade cultural da cidade, mas também o seu compromisso com os princípios fundamentais da liberdade religiosa", podia ler-se nas propostas.

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