Refletir em dia de reflexão
Leia a opinião do diretor técnico da Aximage.
Para quem não resume a comunicação política a uma luta, mais ou menos musculada, com vista a obter as melhores notícias nos órgãos de comunicação social, interessará conhecer Christian Salmon, um cineasta francês que se interessa pela política, enriquecendo-a de metáforas cinematográficas.
Como escreveu Salmon em 2007, a comunicação política, antes de "descer" ao terreno concreto das campanhas, deve ser objeto de uma construção de marketing integrado em que se contemplam quatro funções essenciais:– a de storyline, ou seja a narração de uma "história" capaz de constituir a identidade narrativa do candidato;
a de timing, que corresponde à inscrição dessa "história" na programação do tempo da campanha, preparando a gestão dos seus ritmos e das suas inevitáveis tensões;
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a de framing, isto é, o enquadramento da mensagem ideológica do candidato, impondo um "registo de linguagem coerente" e "criando metáforas" apropriadas;
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a função de networking, que consiste na criação e na gestão da rede que no terreno real e virtual (internet) constitua um ambiente de contágio suscetível de captar a atenção e de estruturar a audiência do candidato.
A partir desta lição de Salmon, que cada um compare, na campanha eleitoral que terminou, a estrutura narrativa dos candidatos, a gestão dos tempos de intervenção (e de apagamento), a coerência e simplicidade das mensagens com o posicionamento dos candidatos e as redes que cada um soube e pôde montar.
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