Santos Silva dá reprimenda a “papelão” do Chega durante discurso de Lula no Parlamento
Partido de André Ventura protestou com cartazes e obrigou Santos Silva a pedir decoro e educação.
Imperturbável, mesmo enquanto os deputados da extrema-direita empunhavam cartazes a hostilizá-lo, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, evocou esta terça-feira, na sessão de boas-vindas, no Parlamento português, o papel do 25 de Abril enquanto motor para o “desenvolvimento” de Portugal, um país onde disse sentir-se em casa. Terminou a receber aplausos da grande maioria das bancadas parlamentares e de muitas das individualidades presentes. Foi a última cerimónia de uma visita oficial de cinco dias que o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, já antes tinha feito um balanço “muito bom”. “O Brasil está de volta e não vamos deixá-lo sair outra vez”, concluiria mais tarde o primeiro-ministro, António Costa.
“Foi com muita alegria que recebi o convite do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que coincidiu com as celebrações do 25 de Abril. Nos últimos dias, tive aqui a incrível sensação de estar em casa, sentimento que acredito é compartilhado por todos os brasileiros que vivem em Portugal e todos os portugueses que vivem no Brasil”, afirmou Lula da Silva.
Disse-o enquanto via os deputados do Chega a empunhar cartazes contra si e depois de ter ouvido, no exterior da Assembleia da República, os aplausos de uma manifestação a seu favor, e os apupos de contestatários à sua presença em Portugal.
Face ao ambiente hostil criado pelo partido de André Ventura no Parlamento, foi um presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, claramente incomodado que afirmou de forma veemente: “Os senhores deputados que se querem manter na sessão plenária têm de se manter com a urbanidade, a cortesia e a educação que é exigida a qualquer representante do povo português.”
Nas bancadas dos partidos de esquerda, os deputados levantaram-se, acompanhados por alguns parlamentares do PSD, e aplaudiram Santos Silva, numa forma de apoio a Lula da Silva.
Desvalorizando o incidente, o Presidente do Brasil falaria sobre o mesmo antes de abandonar a Assembleia da República, ao evidenciar que as “pessoas quando não têm uma coisa boa para aparecer” fazem “essas cenas ridículas”, que classificou como um “papelão”.
Lula acrescentaria: “Só tenho que agradecer ao presidente da Assembleia [da República], ao Presidente Marcelo e ao primeiro-ministro António Costa pelo carinho e tratamento.”
Costa viria depois a retribuir o agradecimento. “Muito obrigado por esta visita, Presidente Lula. O Brasil está de volta e não vamos deixá-lo sair outra vez”, sublinhou o primeiro-ministro.
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