Seduzir esquerda sem igualar PSD à “peste”
Costa recebe esta quarta-feira ex-parceiros da geringonça para iniciar discussões sobre Orçamento.
O Governo antecipa acordos à esquerda no Orçamento do Estado para 2021 e no plano de recuperação da economia até 2030. Para António Costa, há no Bloco e no PCP "um largo campo de convergência". Já um bloco central com o PSD é descartado porque iria "empobrecer" a democracia. "Isto não quer dizer que o PSD tenha peste", acautelou Costa numa visita a Budapeste.
Cerca de três meses antes do habitual, o primeiro-ministro recebe esta quarta-feira em São Bento, com uma "perspetiva positiva", os ex-parceiros de geringonça para iniciar as negociações.
Para responder aos efeitos da pandemia, Catarina Martins rejeitou esta terça-feira "acordos por conveniência". Para a líder bloquista só haverá luz verde com medidas que "defendam o emprego, os direitos de quem trabalha e os serviços públicos".
Já os comunistas, na véspera da reunião, optaram por não levantar o véu sobre as prioridades. Jerónimo de Sousa já tinha admitido, contudo, querer forçar subidas nos salários e pensões e uma maior aposta na produção nacional.
Apesar de dizer que o PSD "não tem peste", Costa só admite pactos com Rui Rio em questões mais amplas. "É um romance que não vale a pena alimentar", afirmou à RTP.
PORMENORES
Menos compromisso
Costa veio reforçar a entrevista de Duarte Cordeiro à Lusa, na qual o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares apontava Bloco e PCP como "o espaço natural de entendimento" e reconhecia que a falta de acordo escrito "diminuiu o quadro de compromisso" à esquerda.
Oposição "confortável"
"Estamos perfeitamente confortáveis no nosso papel de oposição", reagiu José Silvano. É a resposta a Duarte Cordeiro, que definiu os sociais-democratas como "oposição ao Governo". O PSD não foi chamado a reunir em São Bento.
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