Passos e Costa sem pontos de consenso
Não houve uma ideia em que Passos e Costa estivessem de acordo.
Pergunta CM
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Seis grandes temas dominaram o frente-a-frente entre Pedro Passos Coelho e António Costa. Em nenhum houve pontos de vista convergentes, mas sim previsões de falhanço das medidas opostas às suas.
Troika e austeridade
Passos Coelho admite que foram "quatro anos difíceis" para as famílias, mas que, graças a esses sacrifícios, foi possível concluir o programa de ajustamento com sucesso. António Costa acusa o Governo de ter orgulho em ir além do exigido pela troika, ao cortar salários e pensões.
Desemprego
O líder do PS diz que é preciso criar emprego "com dignidade e futuro". Não se compromete com números, mas quer usar fundos para reforçar a ligação entre empresas e universidades. Passos garante que se assistiu à criação de emprego nesta legislatura, graças às empresas.
Segurança Social
O ponto mais sensível. Passos Coelho quer consenso com o PS para mexer no sistema, com Costa a recusar cortes de 600 milhões de euros nas pensões. O líder da coligação PSD/CDS-PP diz que as medidas socialistas custam 5500 milhões de euros à Segurança Social e que são uma "aventura e risco". Costa atira com o "plafonamento" proposto pela coligação para falar em privatizar a Segurança Social.
Impostos
Passos garante que tudo vai no bom caminho para ser devolvida parte da sobretaxa de IRS no próximo ano. Costa contrapõe que devolve a sobretaxa na totalidade até 2017 e que quer rever os escalões de IRS, mas não se compromete com valores ou prazos. "Até ao fim da legislatura", diz apenas.
Saúde
Passos admitiu que não conseguiu cumprir o objetivo de dar um médico de família a cada português, mas a promessa mantém-se. "Conseguimos aumentar quase 700 mil médicos de família. Há mais médicos, há mais enfermeiros." António Costa depressa atacou: "Tem criado muitos postos de trabalho para enfermeiros, mas é no Reino Unido, não é cá."
BES
Costa diz que Passos é um "passa-culpas permanente" e que agiu de forma imprudente ao dar garantias públicas perante um grupo que colapsou pouco depois e que o buraco vai aumentar o défice. O social-democrata reafirma que "não há custos diretos" para os contribuintes e recomenda que os lesados sigam para "a Justiça".
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