Sérgio Aires quer Serralves no Porto gratuito aos fins de semana e feriados

Bloquista sustentou que há museus em Paris que não têm estes preços de Serralves e, se têm, é para turistas e não para nacionais.

05 de outubro de 2025 às 13:51
Exposição de Yayoi Kusama em Serralves Foto: José Coelho/Lusa
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O cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara Municipal do Porto, Sérgio Aires, considerou este domingo que o acesso ao Museu de Arte Contemporânea de Serralves deve ser gratuito aos fins de semana e feriados.

Além disso, o bloquista defendeu ainda que, durante a semana, haja preços diferenciados para residentes no Porto e cidadãos nacionais.

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À porta de Serralves, dia em que a entrada no espaço é gratuita, o que originou uma grande afluência de pessoas, Sérgio Aires afirmou que este museu é o mais caro do Porto.

E está mesmo, acrescentou, acima de todos os museus privados da cidade.

O bloquista sustentou que há museus em Paris que não têm estes preços de Serralves e, se têm, é para turistas e não para nacionais.

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"Só um ato de desespero é que pode levar uma líder política a fazer isto. E é uma irresponsabilidade política, é até uma irresponsabilidade social. Porque nós vivemos já numa sociedade muito polarizada, sem precisar deste tipo de coisas. Uma liderança política que seja responsável não faz isto. Mariana Letão deveria pedir desculpas pelo que fez", considerou Rui Tavares, na feira da Adroana, em Cascais, distrito de Lisboa.

À margem de uma ação de campanha para as autárquicas de dia 12, acompanhado pela dirigente do BE Marisa Matias, Tavares reagia às palavras de Mariana Leitão, líder dos liberais, que no sábado associou partidos como o BE e o Livre a "atos de vandalismo" no país, após uma manifestação pró-Palestina, em Lisboa.

Parte dos manifestantes deslocou-se para o interior da estação da CP do Rossio e um deles foi eletrocutado ao tentar subir para a parte superior de um comboio.

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Rui Tavares salientou que o partido está presente em "manifestações pelos direitos humanos e contra o genocídio", e distanciou-se de protestos que "violem o espaço físico de um terceiro".

"O Livre sempre condenou quando tinha a condenar, lamentou quando tinha a lamentar, não endossa. Todas as pessoas sabem isso", sublinhou.

O deputado acusou a líder dos liberais de "uma irresponsabilidade" ao tentar associar o Livre e o BE "a qualquer tipo de ação que ponha em causa a segurança ou a liberdade de pessoas, dos próprios, desde logo" e considerou que "só o desespero pode tentar explicar o que era estar a desviar as atenções das autárquicas".

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Tavares apelou para que se fale "das coisas que interessam nas autárquicas" e "não atirar lama para partidos que não têm a ver nada com ações", que, por vezes, "desviam a atenção do essencial" e que o partido condena.

No sábado, a presidente da IL, Mariana Leitão, afirmou que o país está a "assistir a um escalar de atos de vandalismo e de desordem" como consequência de apelos feitos por uma "esquerda radical", responsabilizando a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e Rui Tavares, porta-voz do Livre.

Mariana Leitão considerou que BE, Livre e até o Chega "usam o ódio e o desespero" e "as mesmas táticas para dividir as pessoas"

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A liberal desafiou o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, a esclarecer se se revê neste "tipo de discursos dos radicais de esquerda", uma vez que está coligado com BE e Livre em vários municípios no âmbito das eleições autárquicas.

Mais de 3.000 pessoas juntaram-se no sábado numa manifestação contra a detenção por Israel dos participantes na Flotilha Humanitária Global Sumud, entre os quais se encontram quatro cidadãos portugueses, incluindo Mariana Mortágua.

A PSP, em comunicado, relatou que no termo da ação, com percurso entre o Martim Moniz e o Rossio - Praça D. Pedro IV, "de forma não expectável, parte dos manifestantes deslocou-se para o interior da estação da CP do Rossio, tendo um deles subido para a parte superior de uma composição, onde, aparentemente terá sido eletrocutado".

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Este manifestante "foi assistido pelos meios de emergência médica no local e transportado a unidade hospitalar [Hospital de S. José], considerado como ferido grave", acrescentou a PSP.

"Não faz sentido nenhum que se pratiquem os preços que se praticam, nomeadamente 20 euros por uma entrada no Museu de Serralves valor que, se forem quatro pessoas, sobe para 80 euros, algo incomportável quando os salários mínimos e médios são o que são", disse.

O vereador sem pelouro no executivo municipal entendeu que é uma questão de justiça e de bom senso porque, com os preços praticados atualmente, ninguém pode visitar o museu.

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E é por esse motivo que, no domingo em que a entrada é gratuita, há uma afluência gigantesca, o que não é bom para ninguém, nem para as pessoas, nem para o museu, porque acaba por se criar uma grande confusão no seu interior, opinou.

"Se queremos que as pessoas acedam, de facto, à cultura na cidade, temos que facilitar o seu acesso", defendeu.

Sérgio Aires assinalou haver milhares de museus pelo mundo fora que têm entrada gratuita aos fins de semana e feriados e depois, durante a semana, preços diferentes para os residentes locais e nacionais.

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Em sua opinião, Serralves deveria seguir estes exemplos, porque é "uma entidade claramente muito mais pública que privada".

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

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As eleições autárquicas realizam-se no dia 12.

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