Sócrates: Neto admite prejuízo para PS

Declarações do ex-deputado do PS na CMTV.

08 de fevereiro de 2015 às 02:19
08-02-2015_02_17_24 007B985B.jpg Foto: CMTV
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O empresário e antigo deputado do PS Henrique Neto admitiu este sábado à noite que a estratégia de defesa de José Sócrates possa ser "prejudicial ao PS", face ao "alarido" criado na praça pública. Numa edição especial na CMTV, o antigo secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, fez a defesa do ex-primeiro-ministro, considerando que a sua detenção "tem fortíssimas implicações políticas".

Num debate moderado por Cátia Nobre, Paulo Campos começou recordar que se pode chegar às eleições legislativas, ter um ex-primeiro-ministro detido, "e não se saber as matérias" associadas aos indícios que levaram à sua prisão preventiva. Isto apesar de não invocar a teoria da cabala.

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O ponto mais quente da discussão surgiu entre Paulo Campos e o empresário Henrique Neto. O antigo deputado socialista frisou que não o surpreendeu a detenção de Sócrates porque "muitas das decisões (do seu governo) indiciavam que na base das opções nem sempre seriam do interesse nacional".

Paulo Campos argumentou e disse compreender que Henrique Neto estivesse magoado com o PS por não ter integrado a lista de deputados do PS em 2009. Na resposta, o empresário não podia ser mais duro ao considerar que foi utilizada uma "técnica antiga" de misturar liberdade de expressão com interesses: " Uma técnica indecorosa para limitar a liberdade dos portugueses".

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Por seu turno, o deputado do PS e antigo secretário de Estado insistiu que não tinha dúvidas de que o dinheiro alvo da investigação na operação Marquês pertencia ao empresário Carlos Santos Silva, amigo de longa de José Sócrates e também ele detido preventivamente. Campos insiste que o Grupo Lena tem uma parceria-público-privada no Baixo Tejo que corresponde a "17 milhões de euros", refutando a manchete do Correio da Manhã de um total de 200 milhões de euros. No entanto, Paulo Campos diz que "nunca esteve com Carlos Santos Silva" e só se encontrou com administradores do Grupo Lena em "cerimónias oficiais".

O debate especial dedicado à detenção de José Sócrates - "A Narrativa de José Sócrates" - teve ainda a presença do advogado André Ventura e do director-adjunto do Correio da Manhã, Eduardo Dâmaso.

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