page view

25 Novembro: Parada militar polémica marcou arranque das comemorações dos 50 anos

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que presidiu à parada, passou revista às forças em formatura no centro da praça.

25 de novembro de 2025 às 11:24

As comemorações dos 50 anos do 25 de Novembro começaram esta terça-feira com uma parada militar na Praça do Comércio, em Lisboa, que foi acompanhada por cerca de uma centena de cidadãos, incluindo alguns turistas.

A cerimónia, à qual só assistiu, entre os partidos da esquerda, o PS, começou às 08h57 com o Hino Nacional, pela banda da Força Aérea, e uma salva de 21 tiros executada a partir do Navio da República Portuguesa (NRP) Figueira da Foz, que se encontrava no Rio Tejo.

Entre os partidos de esquerda, só o PS marcou presença - todos os restantes indicaram à Lusa que não tencionavam participar nesta parada, criticando as comemorações organizadas pelo Governo, que consideraram ser uma deturpação histórica que menoriza o 25 de Abril.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que presidiu à parada, passou revista às forças em formatura no centro da praça, composta pelos três ramos das Forças Armadas, antes de assistir a uma cerimónia de homenagem aos mortos em combate, que contou com o sobrevoo de quatro caças F-16 e um minuto de silêncio.

Entre as personalidades que assistiram à cerimónia, esteve o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e vários governantes, entre os quais os ministros da Defesa, das Finanças, da Administração Interna, da Justiça, da Saúde e da Agricultura e Pescas.

Num discurso nesta parada militar, o tenente-general Alípio Tomé Pinto, que preside à comissão criada pelo Governo para as comemorações dos 50 anos do 25 de Novembro, abordou a polémica para salientar que esta data "tem sido esquecida, por alguns poucos contestada, mas por muitos lembrada, com alegria e reconhecimento por trazer a bom caminho os objetivos prometidos do 25 de Abril".

O tenente-general considerou que, após o 11 de março de 1975, "entrou-se num caminho preocupante", que teve como consequência "a indisciplina social, o medo, as nacionalizações", a "ocupação de empresas e casas" ou a fuga de pessoas.

Alípio Tomé Pinto considerou que, com o 25 de Novembro, conseguiu-se "repor e retomar o caminho para uma democracia parlamentar europeia, criando condições para a adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE)", tendo-se igualmente conseguido "normalizar a vida económica e financeira", "garantir a política autonómica das regiões insulares" e "estabilizar as Forças Armadas".

"O 25 de Abril e 25 de Novembro não têm dono, pertencem ao povo que, em voto livre e seguro, elegeu os seus representantes e neles delegou a responsabilidade de criarem condições de segurança e confiança para a salvaguarda de direitos, liberdades e garantias constitucionais", afirmou.

Após estes discursos, as forças em parada desfilaram, incluindo meios aéreos e motorizados, antes do fim da cerimónia, que terminou pouco antes das 10:00.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8